O valor da dívida total do Hospital Beatriz Ramos (HBR) é de R$ 17,6 milhões, de acordo com auditoria contratada pela Prefeitura de Indaial e divulgada nesta quarta-feira (8). O déficit é composto por pendências financeiras com fornecedores, obrigações trabalhistas, tributárias e provisões com ações judiciais.
O diagnóstico sobre a situação do hospital foi revelado após cerca de 50 dias da assinatura do decreto de intervenção pelo prefeito André Moser (PSDB). A medida destituiu a diretoria da Associação Beneficente HBR, responsável pela gestão da unidade, e nomeou a até então secretária de Saúde, Adriane Machado Ferrari, como interventora.
A principal causa para que a dívida do HBR tivesse um aumento substancial nos últimos anos, segundo a auditoria, foi a queda de faturamento com a realização de procedimentos clínicos e cirúrgicos. Como consequência disso, o hospital tem registrado uma baixa taxa de ocupação. Dos 114 leitos existentes, apenas 34% são utilizados atualmente.
“Entre 2015 e 2016, houve uma grande fuga de procedimentos. Muitos convênios e médicos começaram a migrar para outros hospitais da região, que ofereciam um ambiente melhor para os serviços. Com isso, o Hospital Beatriz Ramos passou a sobreviver única e exclusivamente dos repasses feitos pelo município”, afirmou Moser.
Em 2018, a Prefeitura de Indaial repassou R$ 7,7 milhões de subvenção para a instituição, um aumento de mais de R$ 3,5 milhões em relação a 2015.
Déficit mensal
Além da dívida total de R$ 17,6 milhões, o relatório apontou a existência de um déficit mensal superior a R$ 150 mil. Somente no primeiro trimestre de 2019, o saldo negativo chega a cerca de R$ 500 mil. “O nosso principal norte neste momento é estancar esse déficit mensal”, disse o prefeito.
Para contornar a situação, Moser afirmou que a prioridade é melhorar a estrutura física do hospital para resgatar a confiança dos médicos e da população. De acordo com ele, há a possibilidade de que a Prefeitura de Indaial invista recursos na implantação de um novo centro cirúrgico.
O chefe do Executivo citou ainda a importância de referenciar o HBR em alguma especialidade médica, para a obtenção de mais verbas estaduais e federais. A expectativa é acabar com o déficit mensal até o final do segundo semestre.
Leilão do hospital
A Prefeitura também luta para reverter uma ação do governo federal que solicita o leiloamento do prédio do hospital, em decorrência da falta de pagamento de tributos. O processo está em análise pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF). Em primeira instância, a Justiça Federal de Blumenau condenou o HBR. “Estamos negociando a dilação do prazo para quitação dos tributos em atraso”, explicou Moser.
A intervenção tem prazo inicial de seis meses, mas pode ser prorrogada por períodos sucessivos.
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