Cerca de 52 milhões de brasileiros em idade produtiva estavam envolvidos com alguma atividade empreendedora no ano passado.
É o que mostra a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), realizada em 49 países e que, no Brasil, contou com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Esse foi o segundo melhor desempenho para a taxa de empreendedorismo brasileira desde 2002, quando o índice começou a ser medido.
Em 2018, 2 em cada 5 brasileiros entre 18 e 64 anos estavam à frente de uma atividade empresarial ou tinham planos de ter um negócio.
A pesquisa mostra que a taxa total de empreendedorismo, que reúne novos empreendedores e donos de negócios já estabelecidos, chegou a 38%.
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É uma taxa impressionantemente alta – o Brasil é o oitavo país com mais empreendedores em estágio inicial dentre os 49 no estudo, ficando atrás apenas de Colombia, Peru, Guatemala e Chile nas Américas – e revela uma mudança no paradigma econômico do país.
Pontos positivos e negativos
Estamos empreendendo mais – o que tem seus pontos positivos e negativos: ao mesmo tempo que isto demonstra uma maior disposição para investir e empreender, o grau de envolvimento da população com atividades empresariais próprias também indica um grau de insegurança ou de insatisfação com o mercado de trabalho.
Afinal, é fato conhecido que parte considerável dos Micro Empreendedores Individuais (MEIs), particularmente no setor de serviços, se voltam ao empreendedorismo por insatisfação na carreira.
O discurso sobre empreendedorismo no país tem incorrido de forma recorrente em um grave erro: tratar o empreendedorismo como uma “galinha dos ovos de ouro” para a economia, uma solução definitiva para as demandas para o futuro, o que ignora a realidade de que uma economia não pode se manter só de ideias e empreendimentos, sem quem trabalhe neles – ou que não são todos que tem perfil para empreender.
O empreendedorismo há de ser incentivado, de fato – e os dados demonstram um ambiente favorável para o mesmo – mas estes dados não podem ser usados para sustentar a ideia de que o país precisa apenas da chamada economia empreendedora. Em outras palavras: precisamos não só de empreendedores, mas de quem preste serviço para estes.
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