No dia 4 de setembro de 1948, Jaraguá do Sul pulsava com a maior novidade da região na época. Foi naquele dia, que Werner Strange e Homero Camargo de Oliveira fundaram a Rádio Jaraguá e iniciaram uma nova era na cidade. Ao completar 70 anos, a emissora se prepara para migrar da AM para FM.
Como tinha uma fábrica de rádios e radiolas, Werner viajava com frequência a Curitiba para comprar peças e aproveitava para passar pela PRB-2, a Rádio Clube Paraense. Na emissora, ele encontrou Homero, técnico da Rádio Negro. Após longas conversas, os dois decidiram fundar uma rádio em Santa Catarina.
O filho de Werner, Milton Adolar Stange, conta que os dois tinham dúvidas em qual cidade criariam uma rádio. Por perceber uma demanda maior na região, os dois colocaram Jaraguá do Sul e Tubarão como principais destinos. Então, Werner e Homero foram de perto conhecer as duas comunidades e perceberam que a cidade do Norte catarinense tinha um maior número de antenas.
“Fiquei espantando quando meu pai falou que esse foi o motivo por escolheram Jaraguá do Sul”, relata Milton
Para comemorar a fundação da rádio, que surgiu com o prefixo ZYP-9, foi organizado um esplêndido programa que culminou com em um grande público nos salões do Clube Atlético Baependi. Como seus sócios fundadores mantinham amizade com a Rádio Clube Paranaense, o elenco artístico da PRB-2 abrilhantou o evento.
Quando entrou no ar, a rádio contratou um grupo de grandes locutores do Brasil, que vieram de São Paulo reexibir em Jaraguá do Sul, como Cícero Motta e José Cláudio Giostri. E ao longo dos anos, outros locutores nacionais demonstraram seu talento nos microfones da emissora.
Adolar disse que a Rádio Jaraguá passou muitas dificuldades financeiras no início, mas o ‘Brinde Sonoro’ ajudava a manter a emissora. O programa começava das 14h até as 19h, onde pessoas pagavam uma taxa para ofertar músicas aos aniversariantes.
A grande atração da rádio ficava por conta dos próprios jaraguaenses, que se inscreviam para tocar instrumentos e cantar aos domingos de manhã. Adolar lembrou de algumas curiosidades do passado. Uma delas era o gongo com três tons, usado nas notas de falecimentos. “Hoje o gongo está preservado na Scar, bem velhinho, mas guardado”, salienta o ex-radialista.
Anne Louise Chaves, de 46 anos, é uma daquelas pessoas que respira a Rádio Jaraguá. Desde 1989 na emissora, ela já passou por momentos marcantes e cita a cobertura das enchentes de 2008 e 2011 com as mais difíceis.
“A Rádio Jaraguá está sempre presente nos momentos mais marcantes, sejam eles felizes ou não”, frisa.
A funcionária conta que o objetivo da rádio é colocar em prática o bom jornalismo, para contribuir sempre com o desenvolvimento econômico, social e cultural das cidades da região de Jaraguá do Sul.
Transição para FM se aproxima
Como toda emissora, ao longo dos anos a Rádio Jaraguá precisou se adaptar a novas tecnologias que foram surgindo. E mais um passo deve ser dado nesse sentido. O diretor da emissora, Chico Schwammbach, de 54 anos, diz que a migração está em estudo. “Se encontramos na fase de burocracias, equipamentos e estrutura como um todo”, revela.
Chico acredita que naturalmente a Rádio terá um impacto positivo, pois já tem uma grande audiência e espera um aumento significativo com o novo sistema de transmissão, que vai melhorar seu alcance e qualidade.
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