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Você sabe o que é um animal senciente? Entenda o conceito e por que ele muda a forma como tratamos os animais

Foto: Freepik

Por: Elisângela Pezzutti

23/08/2025 - 15:08 - Atualizada em: 23/08/2025 - 15:51

A discussão sobre os direitos dos animais ganhou um novo nível com a consolidação do conceito de senciência animal. Mas afinal, o que significa dizer que um animal é senciente?

De acordo com estudos científicos, senciência é a capacidade de um ser vivo de sentir dor, prazer, medo, alegria, estresse e outras emoções. Ou seja, animais sencientes são aqueles que não apenas reagem a estímulos, mas que vivenciam sensações e sentimentos subjetivos. Essa compreensão tem implicações profundas sobre a forma como tratamos outras espécies — seja na criação de animais, nos laboratórios ou mesmo em casa.

“Seres sencientes têm a habilidade de sofrer e de experimentar bem-estar. Isso nos obriga, ética e legalmente, a rever práticas que possam causar sofrimento desnecessário a esses animais”, explica a médica-veterinária e professora de Ética Animal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Dra. Laura Menezes.

Segundo ela, muitos animais já são reconhecidos como sencientes pela comunidade científica, incluindo cães, gatos, cavalos, vacas, porcos, galinhas e até polvos — como demonstrado em pesquisas recentes publicadas no Reino Unido. Um relatório de 2021, encomendado pelo governo britânico, confirmou que polvos, caranguejos e lagostas demonstram comportamentos complexos que indicam senciência, como sentir dor e até lembrar experiências traumáticas.

No Brasil, o conceito de animal senciente vem ganhando espaço também no campo jurídico. Em 2020, uma emenda na Constituição do estado de Santa Catarina passou a reconhecer os animais como seres sencientes, e não mais apenas como “bens móveis”. Isso muda a forma como são tratados legalmente, especialmente em casos de maus-tratos.

Para a Dra. Laura, esse avanço representa um passo importante. “Reconhecer a senciência é reconhecer que os animais não estão aqui apenas para nos servir. Eles têm interesses próprios que devem ser considerados, como o direito ao bem-estar e à vida livre de sofrimento”.

A compreensão da senciência animal tem levado governos, empresas e cidadãos a repensar suas relações com os animais. Do consumo de produtos de origem animal às formas de entretenimento e manejo em fazendas, a mudança de paradigma começa com o reconhecimento: animais sentem — e isso importa.

Fonte: Portal Ciência

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.