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Fibromialgia, uma síndrome crônica que vai além da dor

Foto: Freepik

Por: Priscila Horvat

13/05/2025 - 08:05 - Atualizada em: 13/05/2025 - 08:59

Nesta segunda-feira, 12 de maio, foi celebrado o Dia da Conscientização da Fibromialgia, uma síndrome crônica caracterizada principalmente pela dor generalizada, que ocorre devido às alterações do processamento da dor pelo sistema nervoso central. A condição não tem origem nos nervos periféricos, mas sim na forma como o cérebro interpreta os estímulos dolorosos. Por isso, alguns pacientes sentem dor mesmo com toques leves. Nesse caso, o fenômeno é conhecido como hiperalgesia.

A neurologista Ana Luíza Araújo, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que além da dor, a fibromialgia envolve sintomas como fadiga intensa, distúrbios do sono, dificuldades cognitivas (como lapsos de memória e concentração) e, frequentemente, alterações de humor, como depressão e ansiedade. “Então a síndrome crônica aqui, o fator principal é a dor. As pessoas sentem muita dor. Uma dor músculo-esquelética, quer dizer, uma dor muscular ou nas articulações e que afeta o corpo todo, uma dor difusa. E tem a ver com a alteração do processamento no sistema nervoso central. Então não é uma dor de características periféricas, ou seja, que vem dos nervos, mas sim do processamento que acontece lá dentro do cérebro”.

O diagnóstico é clínico e baseado em critérios subjetivos. Entre estes critérios estão a quantidade de regiões do corpo com dor e a gravidade dos sintomas.

A origem do problema está na chamada “sensibilização central”, uma disfunção em que os neurônios ligados à dor tornam-se excessivamente excitáveis. “E essa dor também pode ser desencadeada por outros estímulos que não teriam nenhuma condição de causar dor. Então essa resposta amplificada é essa sensibilização central que tem a ver com essa disfunção dos neurônios. Além disso, também é uma disfunção de neurotransmissores. Então aqueles que diminuiriam a dor são em menor quantidade, e aqueles que aumentam a dor, acabam ficando em maior quantidade dentro do nosso cérebro”, explica a profissional.

O tratamento, por isso, exige uma abordagem multiprofissional. Clínicos gerais, neurologistas e reumatologistas podem diagnosticar e acompanhar os casos. “Mas, geralmente, o que está mais habituado, por conta dos diagnósticos diferenciais das doenças que são mais parecidas, é o reumatologista”.

A fibromialgia é uma doença considerada deficiência em muitos estados, mas muita gente ainda acredita que é algo banal, uma “frescura”. O segredo para combater esse estigma, a médica acredita, é informação. “Temos que levar a informação ao público geral de que existem alterações na estrutura do cérebro, na função dos neurotransmissores, que são as substâncias que circulam dentro dos nossos neurônios. [A fibromialgia] é uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro”.

Até o momento, não existe cura para a doença, mas o tratamento oferece uma melhora importantíssima da qualidade de vida. O tratamento envolve principalmente medidas não farmacológicas, como atividade física, higiene do sono e terapia. Medicamentos são indicados quando os sintomas interferem significativamente na vida do paciente. Com tratamento, a fibromialgia pode ser controlada, promovendo uma melhora importante na qualidade de vida do paciente.

* Com informações da Agência Brasil

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.