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Geração Z redefine o valor do trabalho e pressiona por ‘salário emocional’

Foto: Freepik

Por: Priscila Horvat

30/04/2025 - 13:04

No cenário atual do mercado de trabalho, uma transformação silenciosa, mas profunda, está acontecendo. A geração Z, formada por jovens nascidos entre a metade dos anos 1990 e o início dos anos 2010, está questionando as antigas normas do mundo corporativo e redefinindo o que realmente importa em um ambiente profissional.

A busca dessa geração não se limita a salários atraentes, mas também inclui o desejo de reconhecimento, equilíbrio emocional, propósito e uma boa qualidade de vida. O que era suficiente para satisfazer gerações anteriores já não atende plenamente às expectativas da geração Z. Para atrair e reter esses jovens talentos, as empresas precisam compreender suas prioridades e se adaptar rapidamente.

A comemoração do Dia do Trabalho, em 1º de maio, encontra o mercado em plena transformação. A presença crescente da Geração Z no ambiente corporativo tem desafiado modelos de gestão, práticas de liderança e até o próprio conceito de trabalho. Para Pedro Alves, sócio da Ação Consultoria e especialista em gestão de pessoas, as empresas que não se adaptarem a essa realidade correm o risco de perder relevância e talentos.

“Nós ainda estamos tentando compreender essa geração. Muitos gestores enxergam a Geração Z como impaciente ou mimada, quando, na verdade ela só não aceita mais modelos ultrapassados que ignoram o bem-estar, a escuta ativa e a coerência entre o que se diz e o que se faz”, afirma Pedro.

Mais do que um ambiente com benefícios tradicionais, essa nova geração busca flexibilidade, diversidade, liberdade de expressão e oportunidades reais de crescimento. “Eles querem trabalhar, sim, mas em lugares onde possam ser ouvidos, onde sua criatividade não seja bloqueada por hierarquias rígidas ou políticas antiquadas”, completa o consultor.

Segundo ele, o grande erro de muitas empresas é prometer inovação, mas manter práticas de controle e silenciamento. “A Geração Z tem como força a agilidade, o senso de propósito e a abertura para o novo. Mas, para que ela floresça, é preciso investir em ambientes de segurança psicológica e lideranças mais preparadas emocionalmente”.

O que a geração Z busca em um emprego?

  1. Salário emocional
    O conceito de “salário emocional” tem se tornado um diferencial para manter os jovens engajados. Ele envolve benefícios que não são financeiros, como:

    • Dia de folga no aniversário ou após grandes conquistas profissionais;

    • Código de vestimenta mais flexível (como o casual Friday ou semanas temáticas);

    • Horários flexíveis ou a possibilidade de trabalho híbrido/remoto;

    • Ambientes de trabalho descontraídos e acolhedores.

Esse tipo de remuneração emocional fortalece a identificação do colaborador com a empresa, aumentando as chances de retenção.

  1. Programas de bem-estar e saúde mental
    Os benefícios mais valorizados pela geração Z incluem:

    • Apoio psicológico e programas voltados para a saúde mental;

    • Assinaturas de academias ou apps de atividade física;

    • Acesso a plataformas de entretenimento e cursos de desenvolvimento pessoal.

Em um mundo cada vez mais dinâmico e exigente, o cuidado com a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional se tornaram prioridades absolutas para esses jovens profissionais.

  1. Propósito e alinhamento com a cultura organizacional
    Não se trata apenas de oferecer um bom salário ou benefícios extras. A geração Z busca trabalhar em empresas cujo propósito esteja alinhado com seus próprios valores. Temas como sustentabilidade, diversidade, responsabilidade social e ética corporativa são decisivos na escolha ou manutenção de um emprego.

A geração Z e o futuro do mercado de trabalho

Especialistas apontam que a geração Z será a protagonista no mercado de trabalho nos próximos anos. E seus valores, seguirão pautados por autenticidade, saúde emocional, propósito social e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, fatores que certamente irão moldar novas práticas organizacionais, forçando empresas de todos os setores a repensar suas políticas de gestão de pessoas.

A capacidade de adaptação será fundamental para as empresas que desejam não apenas sobreviver, mas também prosperar em um cenário onde o talento humano é o principal diferencial competitivo.

Neste 1º de maio, Pedro Alves propõe um novo olhar para o trabalho. “Não é mais sobre horários e cargos, e sim sobre pertencimento e contribuição. A geração Z está nos obrigando a repensar tudo isso. E isso é um presente, não uma ameaça”, finaliza.

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.