A endometriose afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva, causando dores intensas, cólicas incapacitantes e até dificuldades para engravidar. Embora o tratamento medicamentoso seja a primeira linha de combate à doença, em alguns casos a cirurgia se torna necessária para restaurar a qualidade de vida da paciente.
O cirurgião ginecológico Dr. Herek Santana explica que a indicação cirúrgica depende do grau de comprometimento dos órgãos e da resposta ao tratamento clínico. “A cirurgia é indicada principalmente para pacientes que não obtêm alívio da dor com medicamentos, que têm endometriose profunda comprometendo alguma funcionalidade, ou que enfrentam dificuldades para engravidar”, esclarece.
A laparoscopia é a via cirúrgica utilizada para tratar a endometriose, por ser minimamente invasiva e oferecer uma recuperação mais rápida. “O procedimento consiste na remoção dos focos da endometriose, preservando ao máximo os órgãos e a fertilidade da paciente. Em casos mais graves, pode ser necessária a ressecção de parte do intestino, da bexiga ou outras estruturas acometidas pela doença, sempre visando melhorar a qualidade de vida”, destaca Dr. Herek Santana.
O SUS oferece cirurgia para endometriose?
Sim, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a cirurgia para endometriose, especialmente em casos graves. No entanto, devido à alta demanda e à limitação de centros especializados, muitas pacientes enfrentam longas filas de espera para conseguir o procedimento.
Além da cirurgia, o SUS também oferece consultas ginecológicas e exames como ultrassom transvaginal e ressonância magnética para o diagnóstico da doença.
Dados sobre a endometriose no Brasil
A endometriose é uma doença que afeta cerca de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva (entre 15 e 49 anos), segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE). No Brasil, estima-se que aproximadamente 7 milhões de mulheres sofram com a doença, que pode levar até 7 a 10 anos para ser diagnosticada, devido à falta de informação e dificuldade no acesso a exames especializados.
Estudos indicam que cerca de 50% das mulheres com infertilidade têm endometriose. Além disso, 80% das pacientes com dores pélvicas crônicas podem estar lidando com a doença. Esses números ressaltam a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Cirurgia pode transformar a vida da paciente
Após a cirurgia, a melhora dos sintomas é significativa. “Muitas pacientes relatam redução ou desaparecimento da dor, melhora na função intestinal e urinária e, em alguns casos, sucesso na gestação. No entanto, o acompanhamento contínuo é fundamental para evitar a recorrência da doença”, reforça o especialista.
Embora a cirurgia possa trazer alívio, Dr. Herek Santana alerta que o tratamento da endometriose deve ser multidisciplinar. “A combinação de mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico regular e tratamento medicamentoso, é essencial para garantir que os sintomas não retornem”, finaliza o médico.
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