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Pesquisa de SC transforma resíduos da casca de arroz em tinta imobiliária

Por: Priscila Horvat

04/11/2024 - 19:11 - Atualizada em: 04/11/2024 - 19:30

O tingimento de prédios e fachadas pode ser mais barato, ecologicamente correto e criativo, segundo pesquisadores da Universidade Regional de Blumenau (FURB). Trata-se da tinta imobiliária premium feita com cinzas de casca de arroz calcinadas, uma das várias ideias que estão disponíveis para licenciamento por meio da Agência de Inovação Tecnológica (Agit) da FURB.

O processo de fabricação da tinta fosca, que incorpora o resíduo agrícola após seu processo de tratamento térmico e físico, também contribui para a mitigação dos impactos ambientais da casca do arroz.

A invenção, fruto da dissertação de Mestrado de Aline Cristina Lovatel com orientação do professor Sávio Bertoli, está em análise pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e já pode ser licenciada por investidores interessados em apostar na ideia.

Aline conta que a ideia surgiu durante a graduação, após mexer com compósitos da casca de arroz, já conhecendo o material, abundante no Vale do Itajaí.

Trabalhando em empresas que lidam com tintas, a mestre em Engenharia Química pela FURB chegou à conclusão que tanto a casca de arroz quanto o mineral carbonato de cálcio precipitado, usado para tintas comerciais, são ricos em sílica e teriam outras características em comum.

“A matéria-prima fomos buscar em Massaranduba, em uma grande indústria desta área, e a dificuldade foi conseguir um laboratório específico para este fim, até que uma empresa aqui de Blumenau que fabrica matérias-primas para tintas cedeu o laboratório deles para fazermos isso, e aí pegamos a cinza de casca de arroz em Massaranduba, fizemos o processo térmico de calcinação aqui na FURB e as tintas em si fizemos na empresa, foi uma ajuda de várias pessoas para esse processo de invenção”, ressalta Aline Cristina Lovatel.

A solução contou com o envolvimento das pesquisadoras Carolina Krebs de Souza (doutora em Química), Lisiane Carvalho (doutora em Engenharia de Alimentos), Marcel Gonçalves (doutor em Engenharia Ambiental) e Laura Grimberg de Souza (arquiteta).

Sabendo que o Brasil é o quinto maior produtor de tintas do mundo, Aline vê em sua invenção um grande potencial inovador para este mercado.

Após a realização da pesquisa de anterioridades, o processo foi submetido à análise do INPI, sendo reconhecido e estando em fase de análise.

Pelo fato de a tinta ter coloração fosca, optou-se pelo seu direcionamento ao uso imobiliário e comercial, como alternativa para reduzir impactos ambientais de corantes sintéticos ao meio ambiente.

Entre os benefícios da invenção, está o seu caráter sustentável, fácil incorporação à superfície de aplicação e longevidade da tinta durante exposição ao sol e chuva.

A iniciativa integra a Vitrine Tecnológica da Agit, que conta com mais de 20 tecnologias disponíveis para licenciamento. Empresários ou investidores interessados na ideia podem entrar em contato com a Agência de Inovação Tecnológica da FURB, através do telefone (47) 3321 0605 e do e-mail [email protected].

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