Nos últimos dias, Santa Catarina tem sentido os impactos das queimadas que ocorrem na região centro-norte do Brasil, Bolívia e Paraguai. A combinação entre uma intensa massa de ar seco e quente e a fumaça das queimadas tem causado uma piora significativa na qualidade do ar, principalmente nas regiões Oeste e Extremo Oeste catarinense.
A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC), o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES) emitiram uma nota conjunta alertando para os riscos à saúde pública, decorrentes da baixa umidade relativa do ar e da poluição atmosférica.
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Desde domingo (8), o estado está sob um Aviso Meteorológico, com atenção voltada para as possíveis consequências à saúde, como desidratação, agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes.
O quadro pode ser agravar com a chegada na sexta-feira (13) de uma frente fria que deve trazer chuvas para o estado. Devido à alta concentração de fuligem na atmosfera, é possível que ocorra o fenômeno conhecido como “chuva preta”, onde a precipitação apresenta uma coloração escura por conta da presença de partículas em suspensão no ar.
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De acordo com a Central de Monitoramento da Defesa Civil de Santa Catarina, o transporte da fumaça tem sido acompanhado em tempo real.
“Estamos monitorando constantemente as condições e o avanço da fumaça pelo estado. A situação requer atenção redobrada, principalmente nas regiões mais afetadas pela baixa umidade e pela poluição. A orientação é que a população siga as recomendações de proteção, especialmente as pessoas que fazem parte de grupos de risco”, afirmou o gerente do monitoramento e alerta Frederico Rudorff.
O que é chuva preta
De acordo com Andrea Ramos, meteorologista da Climatempo, a chuva com coloração escura é resultado das queimadas no país. As fumaças de incêndios no Norte e Centro-Oeste acabaram chegando à região. “A gente tem um canal de vento que sai da Amazônia, passa pelo Centro-oeste e atinge também a região Sul”, explica ela.
A modificação na coloração da água das chuvas também é ocasionada pelas partículas de fuligem espalhadas na atmosfera. Para a meteorologista, além da chuva, a fumaça proveniente dos incêndios também gera o fenômeno conhecido como sol alaranjado.