FOMO: o medo de ficar de fora e seu impacto na saúde mental

Foto: Freepik

Por: Andreia Reif

10/09/2024 - 11:09

A era digital trouxe uma série de benefícios, como a conexão instantânea e o acesso ilimitado à informação. No entanto, junto com essa avalanche de possibilidades, um fenômeno que impacta diretamente nossa saúde mental pode ser o novo vilão da vida moderna: o Fear of Missing Out, ou simplesmente FOMO. Esse “medo de ficar de fora“, traduzido do inglês, se refere à ansiedade que muitas pessoas sentem ao imaginar que estão perdendo algo importante ou interessante que outras pessoas estão vivenciando, especialmente nas redes sociais.

Jovem expressa ansiedade com celular nas mãos

O que é FOMO e como ele acontece?

FOMO é aquele sentimento inquietante que surge ao ver as atualizações nas redes sociais — festas, viagens, conquistas profissionais — e pensar: “Será que estou perdendo algo?”. Constantemente bombardeadas com imagens e histórias perfeitas nas plataformas digitais, muitas pessoas sentem a necessidade de estar sempre conectadas para não perder nenhuma oportunidade ou experiência.

Esse fenômeno foi descrito pela primeira vez na década de 1990 pelo estrategista de marketing Dr. Dan Herman, mas ganhou notoriedade e força com a popularização das mídias sociais. De acordo com o relatório da JWT Intelligence, o FOMO é particularmente frequente entre jovens adultos e adolescentes da geração Millennial. Contudo, com o aumento da adoção de tecnologias por gerações mais velhas, o FOMO já não é um problema exclusivo dos mais jovens.

Como saber se você tem FOMO?

Alguns sinais são bastante claros. Se você sente a necessidade constante de checar notificações ou redes sociais, mesmo quando deveria estar relaxando, ou sente ansiedade por não poder acessar seu smartphone, pode ser um indicativo de FOMO. Esse comportamento é alimentado pela liberação de dopamina no cérebro, um neurotransmissor que provoca sensações de prazer e satisfação cada vez que você recebe uma curtida, comentário ou notificação.

A sensação de estar “desconectado” por um breve momento pode gerar desconforto, e é comum que quem sofre de FOMO se sinta frustrado, irritado ou até mesmo inferior ao ver as conquistas alheias. Esse ciclo contínuo de verificação pode levar a quadros mais graves, como transtornos de ansiedade, estresse e até mesmo a síndrome de Burnout.

Como evitar e tratar o FOMO?

Felizmente, existem maneiras de amenizar os impactos do FOMO em sua vida. Aqui estão algumas dicas práticas:

  • Desconecte-se regularmente: estabeleça horários específicos para usar as redes sociais e, durante o tempo livre, experimente deixar o celular de lado.
  • Pratique mindfulness: o mindfulness ajuda a trazer a atenção plena para o momento presente e a reduzir a ansiedade relacionada ao “mundo digital”. Tente reservar alguns minutos do seu dia para meditação ou exercícios de respiração.
  • Valorize suas experiências: compare sua vida apenas com seus próprios objetivos e conquistas, em vez de com a vida idealizada que vê online.
  • Desative notificações: sem o estímulo constante de alertas, será mais fácil evitar o impulso de checar o celular a cada instante.
  • Terapia: caso os sintomas estejam muito evidentes e tragam prejuízos sociais, conversar com um profissional pode se tornar um ponto de apoio fundamental.

Equilíbrio é o caminho

O FOMO é um reflexo do impacto que o mundo digital exerce sobre nossa vida, especialmente sobre a maneira como nos relacionamos com os outros e com nossas próprias experiências. Reconhecer seus sinais é o primeiro passo para retomar o controle e encontrar equilíbrio entre a vida online e offline. Afinal, muitas vezes, a grama mais verde é aquela que cuidamos de perto — e não a que vemos na tela de um smartphone.

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