Dom Pedro II foi uma figura de grande destaque no cenário internacional durante o século 19. Sua postura erudita, seu amor pelo conhecimento e sua dedicação à cultura e à ciência fizeram com que ele mantivesse contato com diversas personalidades estrangeiras, estabelecendo uma vasta rede de correspondências com figuras proeminentes da época.
Essas interações não só elevaram o prestígio do Brasil no exterior, mas também demonstraram a admiração que muitas dessas personalidades nutriam pelo imperador.
Victor Hugo
Victor Hugo, o célebre escritor francês, é um exemplo de personalidade que mantinha um grande respeito por Dom Pedro II. A troca de cartas entre eles revela uma admiração mútua. Victor Hugo, conhecido por sua obra “Os Miseráveis”, reconhecia em Dom Pedro II um soberano iluminado e dedicado ao bem-estar de seu povo.
Em suas cartas, Hugo frequentemente elogiava a postura humanitária e o compromisso do imperador com as causas sociais, como a abolição da escravidão.
Richard Wagner
Outro nome importante com quem Dom Pedro II teve contato foi Richard Wagner, o renomado compositor alemão. Wagner, um dos maiores nomes da música clássica, recebeu o apoio de Dom Pedro II, que era um grande admirador de suas obras.
Em suas correspondências, Wagner expressou sua gratidão e surpresa pelo fato de um imperador sul-americano ter tamanho apreço por sua música. O incentivo de Dom Pedro II à cultura era evidente, e sua conexão com Wagner é um testemunho de seu gosto refinado e de sua vontade de promover as artes em seu país.
Louis Pasteur
A amizade e o respeito de Dom Pedro II também se estenderam ao mundo da ciência. Ele manteve correspondência com Louis Pasteur, o cientista francês que revolucionou a medicina com suas descobertas sobre os germes e a pasteurização. Pasteur via em Dom Pedro II um líder esclarecido, que não apenas se interessava pelas descobertas científicas, mas também as apoiava.
O imperador chegou a visitar Pasteur em seu laboratório, o que foi visto com grande respeito pela comunidade científica da época. Pasteur, em suas cartas, sempre expressou sua admiração pela inteligência e pelo interesse genuíno de Dom Pedro II em avanços científicos que poderiam beneficiar a humanidade.
Alexander Graham Bell
Dom Pedro II também trocou cartas com Alexander Graham Bell, o inventor do telefone. A curiosidade intelectual do imperador o levou a ser uma das primeiras pessoas no mundo a ter contato com a invenção de Bell. Durante a Exposição Universal da Filadélfia em 1876, Dom Pedro II foi o primeiro chefe de estado a experimentar o telefone, e sua reação entusiasmada (“Meu Deus, isto fala!”) tornou-se lendária.
A admiração entre Bell e Dom Pedro II era recíproca, e o inventor sempre teve grande respeito pelo apoio e pelo interesse que o imperador demonstrou por sua criação.
Charles Darwin
Outro destaque entre as personalidades que admiravam Dom Pedro II é Charles Darwin, o pai da teoria da evolução. O imperador manteve uma correspondência respeitosa com Darwin, interessando-se profundamente por suas ideias. Darwin, por sua vez, expressou respeito pela abertura de Dom Pedro II em relação a novas teorias científicas, algo que muitos líderes da época não tinham.
A troca de cartas entre os dois mostra um diálogo intelectual de alto nível, e o reconhecimento de Darwin pelo apoio de Dom Pedro II às ciências naturais.
Patrono da cultura, das ciências e das artes
Essas personalidades estrangeiras, cada uma em sua área de atuação, encontraram em Dom Pedro II não apenas um líder político, mas um verdadeiro patrono da cultura, das ciências e das artes.
A admiração que nutriram por ele se deve à sua busca pelo progresso, à sua curiosidade insaciável e à sua dedicação ao desenvolvimento do Brasil como uma nação moderna e respeitada no cenário internacional.
Dom Pedro II, por sua vez, valorizava esses contatos como uma forma de ampliar seus próprios conhecimentos e de promover o intercâmbio cultural e científico, sempre com o objetivo de beneficiar seu país.