“Não há ganho nenhum para a sociedade”, diz comandante da PM em Jaraguá do Sul sobre descriminalização do porte de maconha

Foto: CMJS/Divulgação

Por: Claudio Costa

02/07/2024 - 14:07

O OCP entrevistou o comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel João Kuze, sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte de maconha. O oficial foi categórico em ressaltar que a decisão não ajuda no combate ao narcotráfico.

“Não há ganho nenhum para a sociedade. O traficante vai continuar um criminoso e nós vamos continuar a combater esse crime. Como é que essa pessoa que vai portar 40 gramas vai comprar a maconha? Ele vai comprar do traficante, pois não há uma forma regular de comprar. O traficante vai continuar a ter problemas para cobrar de determinados usuários e isso gera violência, com coação violenta e até homicídios”, afirma.

O comandante da PM em Jaraguá do Sul e região frisa que o combate ao uso de entorpecentes como a maconha é importante para a manutenção da ordem pública, uma das marcas de Jaraguá do Sul. Para ele, a decisão tomada pelos ministros do Supremo abre uma brecha perigosa de aparente normalidade no uso de entorpecentes.

 

 

“O recado que é dado para as famílias é de que não adiante lutar. É o recado da permissividade, de que não tem grandes prejuízos e que não faz mal. Porém, não é isso que a gente verifica na rua, não é o que a gente vê no nosso dia a dia. O usuário de drogas incomoda os vizinhos e a família. Se ele for um usuário contumaz, ele pode ter desinteresse por uma série de atividades, inclusive, pelo trabalho. Ele gera um problema para toda a sociedade”, explica Kuze.

O tenente-coronel ressalta que é importante que as pessoas de bem entendam o malefício das drogas, independente do contexto legal. Segundo ele, usuários de drogas estão no ambiente de trabalho e nos arredores de onde os cidadãos circulam.

“Senão, não teríamos tantas pessoas desajustadas, pessoas que se viciam e começam a praticar furtos e até roubos para sustentar o vício, pessoas que por conta de surtos psicóticos acabam agredindo pessoas e trazendo violência para os lares”, contextualiza.

“Independente da alteração, qualquer pesquisa superficial deixa claro os malefícios dos entorpecentes. Para aqueles que são defensores, pessoas desenvolvem esquizofrenia por conta do uso de maconha. Nós incitamos pessoas que têm dúvidas a frequentarem centros para conversarem com pessoas responsáveis pela reabilitação, usuários em tratamento e pessoas que conseguiram sair do vício. Essas pessoas escravas das drogas têm desinteresse em manter atividades do cotidiano, pela família, por prosperar e progredir”, finaliza.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.