O bairro Tifa Martins parece ter uma identidade própria. Um bairro ainda muito residencial, com seus pequenos comércios, mercados próprios, o sobe e desce das vias, a rua Afonso Benjamin Barbi com seus ares de avenida, e um ritmo de vizinhança.
É uma localidade que carrega consigo uma fascinante narrativa de transformação ao longo das décadas. E a origem do nome deste bairro carrega consigo os símbolos dessa história, iniciada na época da colonização.
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A palavra “Tifa” vem do alemão “Tiefe”, que significa uma estrada que se deriva de uma via principal. Segundo pesquisas do Arquivo Histórico de Jaraguá do Sul, a área ganhou o complemento “Martins” em homenagem ao professor Antônio Manoel Martins, um educador que não apenas residiu, mas também ministrou aulas na região, moldando a comunidade local. Lá nesses primórdios, o pessoal se referia à região como “Tifa dos Martins”.
Era 1920 quando Martins transformou partes de sua residência em uma escola. Conhecida como “Escola Mista Estadual Jaraguá Esquerdo Professor Antônio Manoel Martins”, a instituição enfrentou inúmeros desafios ao longo dos anos.
Com uma sala pequena de madeira, paredes esburacadas e poucos recursos didáticos, a escola atendia os filhos das primeiras famílias. Apesar das condições precárias, a iniciativa representava um testemunho do comprometimento com a educação.
Infelizmente, em 1937, segundo o Arquivo Histórico, o professor sofreu um acidente de bicicleta que o afastou de suas funções por três anos. Sem um substituto, a escola foi fechada e, posteriormente, vendida a Guerino Picolli.
Atualmente, o legado educacional continua com as escolas EMEB Jonas Alves de Souza, inaugurada em 1991, e EMEB Maria Nilda Salai Stähelin, aberta em 1992, atendendo às novas gerações de Tifa Martins.
Crescimento populacional
Inicialmente uma área rural destinada ao cultivo de arroz, Tifa Martins passou por um crescimento significativo ao longo dos anos, se transformando em uma região de intensa urbanização, o que também trouxe seus desafios.
Em matéria publicada pelo OCP em 2002, os moradores pontuaram os problemas decorrentes da falta de estrutura, especialmente por conta dos loteamentos que foram sendo criados – alguns com falta de água, luz, saneamento básico, além da dificuldade de acesso a serviços, como transporte público.
O bairro, popularmente conhecido como Ana Paula devido ao grande loteamento existente, abriga muitos migrantes de outras regiões do Brasil. Pessoas que chegaram aqui atraídas pelas oportunidades de desenvolvimento industrial e comercial.
Comunidade e Cultura
A Associação de Moradores, estabelecida em 1996, desempenhou ao longo dos anos um papel crucial na coesão da comunidade, organizando eventos e promovendo a integração entre os residentes.
Além disso, a comunidade nordestina é muito vibrante e presente no bairro e trouxe consigo práticas culturais como o forró e a culinária típica, que podem ser observadas em diversos eventos e estabelecimentos locais. Essa mistura de culturas criou uma dinâmica única no bairro, onde tradições do Sul do Brasil se encontram com influências nordestinas, promovendo um ambiente multicultural.
Um ponto cultural de destaque no bairro é a capelinha em homenagem a São Valentim. Junto com uma pequena pracinha, o local é um símbolo de fé e tradição local.
Além disso, o bairro também abriga o Centro Esportivo Murillo Barreto de Azevedo, um complexo inaugurado em 2016 que oferece infraestrutura moderna e adequada para a prática de atletismo e outras atividades físicas. Este atende aos atletas de rendimento e está aberto à comunidade em geral.