O machismo mata

Por: Editorial

21/02/2024 - 06:02

Como reverter a vergonhosa e desumana marca de sermos o 5º país do mundo que mais mata mulheres? Não podemos tolerar que Jaraguá do Sul contribua, também, para essa deplorável estatística. Por trás dessa alarmante realidade está o machismo estrutural, a cultura implacável e obscurantista do patriarcado e a violência de gênero que permeiam nossa sociedade, ceifando vidas, provocando sofrimentos e perpetuando a desigualdade e a injustiça.

É inaceitável que em pleno século XXI as mulheres ainda sejam vítimas de violência, discriminação e opressão, simplesmente por serem quem são. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as motivações mais comuns dos agressores envolvem sentimento de posse sobre a mulher. Só isso prova o quão machista continua sendo a sociedade.

O machismo mata, literalmente, e deixa marcas indeléveis nas famílias, nas comunidades e na própria sociedade como um todo. A desconstrução do machismo e a promoção da igualdade de gênero devem começar desde cedo, nas escolas, nas famílias e na sociedade. O primeiro caminho viável e seguro, portanto, é educar para o respeito, para a empatia, para a valorização dos direitos humanos, combatendo estereótipos de gênero e promovendo relações saudáveis e igualitárias.

É essencial que as leis existentes de proteção às mulheres sejam efetivamente aplicadas e que sejam criadas políticas públicas mais objetivas e eficazes de combate à violência de gênero. A impunidade dos agressores e a falta de proteção e amparo às vítimas seguem retratando o perfil característico de um Estado indolente e conivente. Por isso, enquanto não se vislumbram ações concretas para a desconstrução dessa vexatória mazela social, um segundo caminho promissor é despender um esforço coletivo e multidimensional que promova o empoderamento das mulheres, garantindo sua participação ativa na vida política, social e econômica do país, para que elas próprias possam, de fato, se proteger, se defender e se afirmar em uma sociedade ainda tão subdesenvolvida nesse aspecto.

 

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