Barra Velha é um dos municípios do litoral de Santa Catarina que mais vem se destacando pelos indicadores de crescimento impressionantes, especialmente nos setores da construção civil, comércio e serviços, que têm experimentado expansão de investimentos significativos.
Os dados do IBGE não apenas evidenciam a densidade populacional crescente, mas também apontam para as oportunidades de desenvolvimento geradas pela entrada de novos negócios na região. Essas oportunidades, impulsionadas por iniciativas que visam diversificar a economia, têm estimulado o turismo, principalmente nos campos da hotelaria e gastronomia, tanto no próprio município quanto nas regiões adjacentes ao balneário.
Com o propósito de impulsionar ainda mais o desenvolvimento econômico local, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) juntamente com a Prefeitura, organizou um encontro entre líderes empresariais e representantes da comunidade.
O objetivo é fortalecer as parcerias da indústria e promover suporte a diversas atividades visando à criação de empregos e renda. Por meio do Senai e Sesi, a Fiesc já oferece programas de educação que atendem trabalhadores em busca de qualificação, jovens que procuram a primeira oportunidade de emprego e pessoas de famílias socialmente vulneráveis que estão fora do mercado de trabalho.
Durante o encontro, realizado na Câmara de Vereadores, Célio Bayer, vice-presidente regional da Fiesc no Vale do Itapocu, e o prefeito Douglas Elias da Costa, enfatizaram a importância de Barra Velha buscar aprimorar os setores tradicionais e atrair novos investimentos, apoiados pela inovação, para diferenciar-se competitivamente e aumentar a arrecadação. Isso, por sua vez, permitirá atender melhor a comunidade em áreas como saúde e educação.
Aldair Nizer, secretário de Desenvolvimento Econômico, e Daniel Massarolo, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, também destacaram o desempenho econômico local e os impactos positivos da expansão em diversos setores na cidade e na região. Ambos ressaltaram a relevância de aproveitar a experiência da Fiesc , aproveitando a sinergia entre o governo municipal e a classe empresarial.
Daren de Vargas de Souza, gerente regional do Sesi e Senai, compartilhou informações sobre o programa “Qualifica Barra Velha”, que já capacitou mais de 150 pessoas no município. Além disso, está previsto o “Feirão do Emprego” em 9 de setembro, um evento que reunirá empresas com vagas disponíveis, homens e mulheres sem emprego formal ou em busca de novas oportunidades, além de entidades e o poder público, visando a aumentar as oportunidades de emprego na cidade e na região.
Economista apresenta cenários econômicos e reflexos na região
Marcelo Masera de Albuquerque, economista do Observatório Fiesc, discutiu o contexto econômico do Brasil e suas ramificações em Santa Catarina e Barra Velha. Ele apontou para expectativas de crescimento no mercado, embora haja ainda restrições em certos setores. O desempenho positivo na agricultura tem sido um fator de confiança para essa recuperação. Projeções do Boletim Focus preveem um crescimento de 2,2%, enquanto o Banco Central estima 2,0%, contrastando com a previsão inicial de 0,8% no início do ano.
Em Santa Catarina, os indicadores revelam um crescimento de 2,2% no primeiro semestre, impulsionado pela agropecuária e pelo setor de serviços, embora a indústria tenha sofrido uma queda de 3,8%. Segundo o economista, o declínio na indústria é atribuído às altas taxas de juros e à desaceleração da economia nacional, que resultou em menor demanda interna.
No que diz respeito ao mercado de trabalho, Santa Catarina manteve a menor taxa de desemprego no segundo trimestre e mantém um quadro de pleno emprego. Além disso, os rendimentos médios reais no estado superam os valores pré-pandemia, diferentemente da média nacional.
Os dados do Observatório Fiesc revelam que a economia de Barra Velha tem crescido a um ritmo superior à média estadual, dobrando sua contribuição para o PIB de Santa Catarina na última década. Com um PIB de R$ 1,8 bilhão em 2020, o município é o 12º maior do Vale do Itajaí, enquanto o PIB per capita, de R$ 61,7 mil no mesmo ano, o coloca como o quinto mais alto na microrregião e o 26º no estado.
Embora o comércio e os serviços sejam os principais contribuintes para o PIB de Barra Velha, a indústria tem ganhado espaço e já representa 12% da economia local. Os segmentos mais proeminentes são os de minerais não-metálicos, com 37% (destacando-se a fabricação de produtos de vidro), e alimentos e bebidas, com 28% (sendo a indústria de pescados a mais influente). Os serviços continuam a prosperar na região, impulsionados pelo consumo das famílias e pelo transporte rodoviário de cargas.
Nos últimos anos, a matriz econômica de Barra Velha tem demonstrado vigor em toda a cadeia da construção civil, emergindo como um dos setores de maior crescimento no estado. Em 2022, a metragem quadrada construída atingiu um recorde histórico, totalizando 250 mil metros quadrados.
