Se no século passado a passagem do trem era um acontecimento que mexia profundamente com a rotina de Jaraguá do Sul, nos últimos 30 anos, a relação direta da população com esse meio de transporte perdeu parte do brilho.
A ferrovia veio a ser uma contribuição decisiva no desenvolvimento da Colônia Jaraguá, é o que afirma a responsável pelo Arquivo Histórico Municipal Eugênio Victor Schmöckel, Silvia Kitta. Isso porque facilitou os deslocamentos das pessoas para as grandes cidades, além do transporte da produção agrícola, industrial e da madeira da região.
Esse movimento foi ainda mais intenso entre 1944 e o início de 1991, quando a “Litorina” fazia o percurso diariamente, em diversos horários, entre Corupá e São Francisco do Sul.
Atualmente, no entanto, o transporte sobre trilhos está distante da população por não ter mais o caráter de abastecer as cidades, propriamente, mas por mover grandes cargas para exportação. Segundo a Rumo Logística, o transporte sobre trilhos tem importância por ligar os principais centros produtores aos portos.
O trecho de 212 quilômetros que o trem percorre atualmente vai do porto de São Francisco do Sul até Mafra. A cidade de Jaraguá do Sul segue sendo um importante ponto de cruzamento, ligando essa linha férrea com o Tronco Principal Sul – ferrovia que vai da Estação Pinhalzinho, na divisa dos estados de São Paulo e Paraná, até a Estação General Luz da Linha Porto Alegre-Uruguaiana, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Hoje, por sua vez, as discussões para tirar os trilhos da área central se arrastam desde 2000 – enquanto isso, o vai e vem de trens segue bloqueando o trânsito ao levar e trazer itens que muitos devem ficar imaginando ao olhar para os vagões de ferro passando.