As redes sociais, desde a sua chegada, prometeram conectar pessoas distantes e abrir fronteiras na comunicação e cultura. No entanto, essa revolução digital também trouxe consequências negativas, com muitos indivíduos associando o sucesso e a felicidade ao número de curtidas e seguidores. Além disso, facilitou a disseminação do preconceito, discriminação e o ciberbullying.
A psicóloga Daniela Frassetto alerta que o bullying, que antes era restrito a ambientes escolares e sociais, intensificou-se nas redes sociais, ocorrendo 24 horas por dia. Isso pode levar a um aumento nos casos de depressão e ansiedade, especialmente entre crianças e adolescentes. Um estudo nos Estados Unidos mostrou que pessoas que passam muito tempo nas redes sociais têm maior probabilidade de sofrer depressão e até mesmo suicídio.
Outra pesquisa no Reino Unido revelou que o compartilhamento de fotos no Instagram afeta negativamente o sono, a autoimagem e a preocupação dos jovens em estar fora de moda. As redes sociais criaram uma vitrine de felicidade, onde as pessoas compartilham apenas os momentos felizes de suas vidas, o que pode gerar sentimentos de frustração, insegurança e baixa autoestima em quem não percebe que essa vitrine não reflete a realidade completa.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo, perdendo apenas para acidentes de trânsito. No Brasil, é a terceira maior causa, depois de acidentes de trânsito e homicídios.
A psicóloga Edinara Lunardi destaca a importância de ficar atento a sinais de mudanças no comportamento, como isolamento, tristeza e reclusão, especialmente em crianças, adolescentes e adultos. Ela enfatiza a necessidade de apoio emocional e prevenção do suicídio e incentiva as pessoas a buscarem ajuda, seja por meio do Centro de Valorização da Vida (CVV) ou de unidades de saúde.
O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio de forma voluntária e gratuita, com total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas por dia, pelo número 188 ou no site cvv.org.br. Também é essencial estar ciente das unidades de saúde locais e serviços de apoio disponíveis em momentos de necessidade. O primeiro passo para lidar com os efeitos negativos das redes sociais é buscar ajuda e conversar com alguém de confiança. A prevenção é fundamental para preservar a saúde mental em um mundo cada vez mais digital.
Em Urussanga, todas as Unidades de Saúde estão preparadas para receber as pessoas que precisam de auxílio, bem como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I). “Nossos profissionais estão capacitados para atenderem e prestarem as orientações necessárias. A ajuda está disponível. Falar é o melhor remédio”, destaca a Secretária Municipal de Saúde, Ingrid Zanellato. O número de contato do CAPS para maiores informações é o (48) 3465-4282.