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Voz de criança sob escombros fez bombeiros continuarem buscas em deslizamento

Foto: Prefeitura de Camboriú/Divulgação

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

22/12/2022 - 11:12

Devido a uma fiação exposta e risco de novos desabamentos, os bombeiros quase adiaram o trabalho no local do soterramento que matou duas adolescentes e deixou uma menina de 9 anos ferida em Camboriú, no litoral de Santa Catarina, que aconteceu na madrugada de terça-feira (20). Mas após ouvirem a voz de uma criança a equipe mudou de ideia. As informações são do G1.

“Eram três jovens deitadas na cama. A menor delas estava no meio. Ela respondeu quando a gente chamou e isso nos fez continuar. Se não tivesse respondido, teríamos desistido, tamanho era o risco” revelou Jorge Batista, subtenente em Balneário Camboriú, que participou do atendimento.

No local do deslizamento, no bairro Jardim Aliança, os bombeiros se depararam com uma situação difícil de trabalho. Conforme Batista, havia risco de um novo desmoronamento, estava chovendo e ainda tinha uma fiação exposta que indicava que o local estava energizado.

Além da criança, mais duas adolescentes estavam no quarto que desabou. As jovens eram as primas Ketelhem Arno Ribeiro, 16 , e Elaine Marques, 17. As duas morreram. Na casa também estavam os pais e o irmão mais novo de Ketelhem, que não se feriram.

Foto: Redes Sociais/Divulgação

Resgate desafiador

Quando os socorristas ouviram a voz da menina de 9 anos, conseguiram tirar o barro que tampava o rosto da criança, que conseguia falar normalmente, apesar de estar com uma barra de ferro forçando contra sua cabeça. A menina precisou ser hospitalizada, mas recebeu alta na terça-feira.

“Ela segurava a minha mão e dizia: ‘Tio, vocês não vão me deixar aqui, né?! Falta muito? Está acabando?’. Eu prometi que tiraríamos ela” — emocionou-se o bombeiro.

Segundo Batista, os bombeiros estavam com dificuldade de retirar a barra de ferro, que mantinha a menina pesa à cama. Em uma das tentativas de retirar a criança, o desencarcerador, equipamento usado nesses casos, chegou a quebrar.

Após mais de uma hora de escavação, que contou com a ajuda de populares e com a chegada de um novo desencarcerador, os profissionais conseguiram expandir a barra de ferro e livrar a cabeça da menina.

“O risco era de ceder de novo e cair tudo na cabeça dela. E, se caísse, seria fatal”, detalha.

A menina foi retirada sem ferimentos graves.

“Assim que terminou, o sargento Murilo [que estava acompanhando os trabalhos] chorou. Foi forte”, comenta Batista.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).