Voluntária ajuda a salvar vidas há quase duas décadas no Corpo de Bombeiros de Joinville

Por: Gabriel Junior

06/03/2018 - 14:03 - Atualizada em: 07/03/2018 - 08:11

Voluntária no Corpo de Bombeiros de Joinville e técnica em enfermagem no hospital São José, Guiomar Carvalho de Oliveira, 47 anos, se dedica a cuidar das pessoas e salvar vidas há quase duas décadas. Ela foi uma das pessoas indicadas para a série de reportagens do Jornal de Joinville nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

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“Sempre gostei de cuidar das pessoas doentes”

A paixão de Guiomar pela área de enfermagem começou cedo e a profissão bombeira foi um incentivo da colega Sofia no curso de técnico de enfermagem. “Sempre gostei de cuidar das pessoas doentes. Isso só me ajudou nas minhas escolhas profissionais. A Sofia já era bombeira voluntária na época. Foi ela que me incentivou. Infelizmente ela não está mais no Brasil, foi para a Itália. Iniciei o curso de formação de bombeiros voluntários em abril de 1999, me formei em outubro. A partir do momento que me formei, já comecei a atuar como bombeira voluntária”.

O objetivo de Guiomar era se formar como socorrista no atendimento pré-hospitalar. “Era um curso muito concorrido, mas não desanimei. Comecei a fazer o curso dois anos após a minha formação como bombeira. Não acreditei quando o falecido comandante dos voluntários Ademar me ligou e disse que tinha uma vaga para socorrista”, relembra.

“Voluntária com muito orgulho”

Trabalhando há 18 anos e cinco meses no Corpo de Bombeiros, Guiomar afirma que é “voluntária com muito orgulho no coração”. E quando as pessoas questionam sobre o que ela ganha com o trabalho, Guiomar responde que recebe “o abraço, o carinho, o sorriso, o agradecimento”, que para ela é tudo. E comenta ainda: “Quanto vale uma vida?” Além de atuar como bombeira e socorrista no atendimento pré-hospitalar, Guiomar divide a rotina com o trabalho no hospital. “Minha função atual, onde ganho meu ganha pão, é como técnica de enfermagem no Hospital Municipal São José”, onde atua há 14 anos.

Pensando nas possibilidades futuras, Guiomar também se capacitou em mais áreas. “Fiz alguns cursos, se por acaso fosse preciso no futuro, são eles: agente administrativo, informática básica, curativo ao grande queimado, cuidados com o paciente, com bolsa de colostomia, com sonda naso e oroenteral, resgate veicular e outros cursos oferecidos pelo Corpo de Bombeiro”.

Respeito às mulheres no Corpo de Bombeiros  

Sobre a participação das mulheres no Corpo de Bombeiros, Guiomar afirma prevalece o respeito na entidade. “Como em todo lugar que trabalhamos, existem homens e mulheres. O respeito, a educação e o comportamento de cada um deve existir independente do lugar que se trabalha. Sempre existiu respeito na corporação. Se não for dessa forma, as normas de punição foram feitas para serem cumpridas”.

Gratidão das pessoas 

Em todos esses anos de trabalho voluntário, o caso que mais a marcou foi uma ocorrência de amputação de perna de um homem. “Fomos atender uma amputação de membro inferior. Praticamente trabalhei eu e o motorista, que não tinha experiência. O paciente urrava (gritava) de dor. Eu tinha me formado há pouco tempo, foi uma situação muito difícil, mesmo assim enfrentei o problema. Atendi o paciente da melhor maneira e o levei para o hospital São José. No dia seguinte, quando fui trabalhar, eu estava escalada para atender aquele paciente. Fui de imediato até ele e, para minha surpresa, ele me reconheceu e agradeceu muito”. O paciente também comentou sobre o número reduzido de pessoas para atender. “Já tinha falado com ele na ocorrência, que a equipe foi feita somente para atender aquela ocorrência porque se tratava de uma ocorrência grave”, relembra.

“É preciso amar aquilo que faz”

Para as pessoas que sonham em seguir a profissão bombeiro, Guiomar cita que é preciso ter muita disposição e amar aquilo que faz. “Se pra você é um sonho, vá atrás deste sonho, procure no site do bombeiro, converse com sua família… Muitas vezes temos que deixar a família de lado para se dedicar a um ou mais membros de várias famílias, que infelizmente serão nossas vítimas. Com certeza esse é o pior momento, de deixar a família de lado. Abrir mão de algumas coisas para salvar e ajudar a salvar vidas, mas para muitos é gratificante. Eu amo o que faço”.

Mulheres que fazem a diferença em Joinville e região

Seis personagens da série de reportagens com mulheres fortes, que fazem a diferença em Joinville e região, já foram escolhidas pela redação do Jornal de Joinville e você vai conhecer as histórias delas no decorrer desta semana. Mas atenção, a sétima personagem da nossa série será escolhida por você, que todos os dias acompanha o Jornal de Joinville. Queremos que nos indique mulheres da cidade que, em seu dia a dia, salvam vidas e mudam a realidade da comunidade.

Lembrou de alguém especial? Então participe! Envie sua sugestão para o WhatsApp (47) 9. 8870-3103. Não esqueça de nós passar o nome e o contato de sua indicação. Você tem até o meio-dia desta quarta-feira (7) para enviar sua sugestão.

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