Você sabe como se forma uma cabeça d`água?

Fotos mostram antes e depois da cabeça d`água descer o rio. Foto: Ivo Flores/Arquivo Pessoal

Por: OCP News Jaraguá do Sul

05/01/2017 - 12:01 - Atualizada em: 05/01/2017 - 12:28

Uma cabeça d`água se formou rapidamente e atingiu o Recanto Gaudet, em Corupá, e colocou em risco banhistas que se refrescavam no local. O fenômeno que pôs em risco cerca de 50 pessoas na tarde desta segunda-feira (2) é mais comum do que as pessoas pensam.  O Aconteceu em Jaraguá do Sul procurou Onévio Antônio Zabot, gerente regional da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), para saber mais sobre a cabeça d`água.

De acordo com a Zabot, tudo começa com uma tromba d’água. Uma grande precipitação, leia-se chuva, ocorre em um ponto alto, em um pequeno espaço de tempo e uma grande quantidade de água é despejada no rio. A partir daí se forma uma cabeça d`água, que nada mais é que o deslocamento dessa grande quantidade de água pela calha do rio. No caso do relevo de Corupá e São Bento do Sul, região onde se formou o fenômeno, o nível pode chegar a 1.000 metros acima do nível do mar e a água pode atingir uma grande velocidade.

“Mas o nome certo disso tudo é torrente. Tromba d`água e cabeça d`água são termos populares”, relata Zabot, ao comentar que as altas temperaturas do verão somadas a uma grande umidade relativa do ar são ingredientes que tornam ainda mais comum esse acontecimento. “A massa de ar vem do oceano e é bloqueada pela serra. A água evapora com o calor e chega a uma altitude de 15 quilômetros, com temperaturas de – 40°C”, explica, contando que a grande quantidade água evaporada condensa e se transforma em uma forte chuva.

O gerente da Epagri relata que é preciso construir um sistema de monitoramento na bacia do Itapocu. Atualmente, não há uma forma precisa de prever esse fenômeno. “Isso é algo para o futuro”,  De acordo com Zabot, o torrente é mais comum no fim da tarde, com a baixa da temperatura e a ocorrência das chuvas de verão. “Geralmente, não há banhistas no rio nessas horas”, comenta. Para ele, é preciso ficar atento nessa época do ano. “Alguém sempre tem que ficar do lado de fora da água, observando se não há um barulho forte ou a descida de sujeira, o que pode denunciar a ocorrência da cabeça d`água”, finaliza.

No vídeo abaixo, é possível observar a ação da torrente: