Vizinhos de loja que pegou fogo relatam momentos de tensão e tristeza

Foto Fabio Junkes/OCP News

Por: Elissandro Sutil

01/02/2019 - 05:02 - Atualizada em: 31/01/2019 - 16:14

O calor que tem feito nos últimos dias ficou ainda mais intenso no bairro Vieira na manhã desta quinta-feira (31) e foi justamente por conta da alta temperatura que a aposentada Anair Citadini viu o fogo que consumiu por completo a loja Coisa de Louco.

Anair conta que por volta das 6h acordou para abrir a janela do quarto por conta da alta temperatura, foi quando viu as primeiras chamas.

“Abri a janela por causa do calor e já vi fogo pra fora da loja. Em meia hora o fogo tinha tomado conta. É muito triste”, conta.

Segundo a vizinha, as labaredas se espalharam com muita rapidez e, apesar da agilidade dos bombeiros, não foi possível evitar que o incêndio tomasse conta da loja que fica exatamente em frente a sua casa.

“Senti o calor daqui e fiquei com medo, preocupada que pudesse cair algo na rede, vir pra cá, fiquei apavorada. As portas caíram, os vidros estouraram, foi terrível. Eles [bombeiros] vieram rápido, mas o fogo foi ainda mais, em meia hora tinha tomado tudo”, relata.

O susto foi ainda maior para o aposentado Gerson Koki de Lima, vizinho de muro da loja. Ele conta que estava tomando café, por volta das 6h15, quando ouviu a porta de vidro vibrando e crepitando. O latido do cachorro da família foi o alerta final.

“Conforme estourava as coisas lá, a porta de vidro estalava aqui, aí o cachorro começou a latir e eu vi o fogo”, conta enquanto aponta para o local onde teria iniciado o incêndio, na extremidade oposta ao muro que separa a casa e o prédio.

Residência danificada

Apesar de não ter comprometido nenhuma residência, o incêndio deixou marcas na casa em que mora a família do aposentado. Parte da cobertura foi danificada e vidros quebrados com a queda de pelo menos seis placas da construção no terreno.

Apesar disso, a família fica aliviada porque os prejuízos foram apenas materiais. “Na mesma hora eu acordei todo mundo que estava dormindo, desliguei a energia, peguei os documentos e saímos correndo.

Olhávamos e era uma coisa de louco, pegando fogo. O medo era que explodisse tudo e atingisse as casas. Assusta porque é fogo demais”, fala.

A aposentada Conceição Mohring de Lima conta que como a casa é alugada e foi danificada, a família precisa aguardar a orientação da imobiliária.

“A gente vê acontecendo com os outros e não imagina que pode acontecer do nosso lado. A orientação na hora foi evitar entrar em casa, então precisamos ver com a imobiliária como fazer”, diz.

A família contou ainda com o auxílio de funcionários do mercado Rancho Bom, que utilizaram mangueira e água do estabelecimento para resfriar as paredes das casas vizinhas e evitar que o aquecimento pudesse suscitar novos incêndios.

Os moradores da região chegaram a ficar sem fornecimento de energia elétrica por algumas horas. A Celesc interrompeu o serviço de cerca de 700 unidades consumidoras a pedido dos Bombeiros Voluntários, para evitar possíveis acidentes durante os trabalhos de combate ao incêndio.

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP