[VÍDEO] Técnicos começam levantamento de áreas de risco na microrregião

Por: Claudio Costa

02/02/2018 - 07:02 - Atualizada em: 04/02/2018 - 11:03

Técnicos do Serviço Geológico do Brasil começaram nesta semana um serviço de mapeamento das áreas de risco em Massaranduba. Dois pesquisadores vindos de Belo Horizonte, Minas Gerais, foram escalados para visitar os locais que apresentam riscos na cidade. O município era o único da região que não tinha nenhum estudo apontando pontos de críticos para alagamentos e deslizamentos de terra. De  acordo com o coordenador da Defesa Civil no Vale do Itapocu, Osvaldo Gonçalves, a partir da metade do mês de fevereiro serão realizados novos estudos nos demais municípios da região. Veja o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?time_continue=65&v=Y-cD6ICHrfc

“Neste primeiro momento, os técnicos do CPRM estão fazendo uma setorização. Não há nenhum estudo cadastrado sobre o município. Então, a equipe veio para cá para fazer esse primeiro levantamento. Em uma segunda etapa, será feito propriamente o mapeamento de risco. Aí, nós vamos abranger todos os municípios da região. Nós vamos avaliar os mapeamentos de risco já existentes. Eles vão verificar se houve aumento do risco, uma diminuição ou se a situação estabilizou”, afirma o coordenador da Defesa Civil do Estado no Vale do Itapocu.

Mapeamento de risco | Foto Eduardo Montecino/OCP

Após as avaliações feitas pelo Serviço Geológico do Brasil, os municípios vão receber relatórios apontando pontos críticos. “O mapeamento de risco vai nos dar informações para a Defesa Civil dos municípios sobre cada área de risco. Mas também remete uma responsabilidade para a Defesa Civil do Estado de gerenciar esse risco junto com os municípios. Não adianta fazer o mapeamento, constatar os riscos e ficar parado. Há municípios que fizeram o mapeamento de risco após os eventos de 2008 e não fizeram nada”, analisa Gonçalves.

O coordenador da Defesa Civil adianta que futuramente será feito um trabalho em conjunto com os municípios para contenção, reparação ou mesmo constatação das áreas que não poderão ser habitadas por causa do alto risco de desastre. Nesses locais, não poderá haver moradias. Em outros pontos, haverá um risco aceitável, em que o morador vai saber dos possíveis eventos e poderá sair após o alerta dado pela Defesa Civil.

Pesquisadores vindos de Belo Horizonte, Minas Gerais, foram escalados para visitar os locais que apresentam riscos na cidade | Foto Eduardo Montecino/OCP

LEVANTAMENTO EM TODO O ESTADO 

Gonçalves ressalta que a vinda do CPRM faz parte de um projeto da Defesa Civil de Santa Catarina para o monitoramento das áreas de risco em todo o estado. O trabalho começou em janeiro e deve durar cerca de 18 meses. “Nós iniciamos a implantação dos radares meteorológicos e do serviço de alerta por SMS. Agora, todos podem receber alertas que possam causar danos. A vinda dos técnicos do CPRM vai dar mais funcionalidade para este projeto, pois vai fazer o mapeamento de risco de todos os municípios. Hoje, há mais de 50 equipes trabalhando em diversas regiões do Estado”, explica.

Pela primeira vez no Brasil será aplicada a metodologia de análise de Perigo e Risco, desenvolvida em cooperação com o governo japonês. Celebrado entre o governo do Estado, por meio do Fundo Estadual de Proteção de Defesa Civil (FUNPDEC) e a CPRM, o convênio tem o valor total de R$ 4,7 milhões e possui quatro metas. A primeira corresponde à identificação dos setores de risco alto e muito alto para movimentos gravitacionais de massa e inundação. A segunda refere-se a cartas de suscetibilidade, a terceira ao mapeamento de Perigo e Risco baseado na metodologia desenvolvida no Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais (Gides). A quarta meta envolve avaliação da suscetibilidade.

Identificação dos setores de risco | Foto Eduardo Montecino/OCP

De acordo com a chefe da Divisão de Geologia Aplicada do Departamento de Gestão Territorial (DEGET) da CPRM, Sandra Fernandes da Silva, o objetivo do mapeamento é criar uma base de dados com informações precisas para prevenção de desastres. “Santa Catarina será o primeiro estado brasileiro com diagnóstico completo sobre as áreas suscetíveis a desastres naturais, como deslizamentos, quedas de blocos e inundações e das áreas de risco alto e muito alto”, relata.

Sandra destaca ainda que a identificação dos riscos geológicos e hidrológicos, especialmente em áreas habitadas, permitirá a ação preventiva, que pode ocorrer por meio da incorporação das informações nos planos diretores evitando ocupações irregulares, bem como a possibilidade, em áreas de risco já habitadas, de emitir alertas mais precisos, protegendo a vida da população.

Identificação dos riscos geológicos | Foto Eduardo Montecino/OCP

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