Vídeo: Médico que atuou em Guaramirim é preso suspeito de abusar de pacientes

Por: William Fritzke

21/02/2019 - 17:02 - Atualizada em: 22/02/2019 - 08:42

Na última semana, a Polícia Civil de Itajaí prendeu o clínico geral Neandro Schiefler, de 39 anos, suspeito de ter estuprado pacientes. As investigações começaram depois que a polícia recebeu, de forma anônima, um CD com vídeos gravados pelo médico, onde os abusos eram mostrados. O material sugere que pelo menos 10 mulheres tenham sido vítimas dele.

As investigações estão sendo conduzidas pelo delegado Alexandre Carvalho de Oliveira, da DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) de Itajaí, que comanda a operação que prendeu o profissional, denominada de “Jaleco Branco”. Schiefler, que é casado, foi preso enquanto trabalhava no bairro Cordeiros, e encaminhado para o Complexo Prisional de Canhanduba, em Itajaí.

Segundo o delegado, os 16 vídeos foram gravados desde 2014 até o ano de 2017, e a carreira de Schiefler também vem sendo investigada. “Já temos suspeitas de que os vídeos foram gravados nas cidades de Navegantes, Nova Trento, Itajaí e Itapema, mas em outras cidades não está descartado”, afirma Alexandre. O profissional também atuou em Guaramirim.

Nos vídeos, o médico não praticava efetivamente a conjunção carnal, mas realizava atos libidinosos. Em dois casos, as vítimas estão inconscientes na maca. Uma delas possivelmente tenha chegado ao hospital após ter sofrido um trauma, pois aparece com a coluna imobilizada.

Segundo o delegado, nos casos mais chocantes, Schiefler está sozinho com as vítimas. Nos demais, está acompanhado e filmava as mulheres com a câmera do celular, utilizando da lanterna para simular uma consulta onde se avaliam as pupilas da paciente. Ele deve responder por violação sexual mediante fraude e a prisão temporária é de 30 dias. Buscas foram feitas no consultório do médico e em sua casa.

Veja o vídeo com a matéria completa:

Plantões noturnos em Guaramirim

Em Guaramirim, Neandro Schiefler atuou por mais de um ano nos plantões noturnos do Hospital Santo Antônio. Mas, até o momento não houve denúncia de casos dessa natureza ocorridos na unidade. Ele também trabalhou em Joinville, onde a polícia não descarta que tenha cometido os abusos. A investigação apura se outras vítimas não tomaram conhecimento do fato por estarem dopadas. Parte dos crimes teriam sido filmados em 2017, época em que o médico atuava em Guaramirim, através de contrato de prestação de serviço.

O diretor do hospital de Guaramirim, Jackson Testoni, confirmou que o médico trabalhou na unidade entre os anos de 2017 e 2018, como plantonista, no período noturno. Além disso, segundo explicou, a unidade determina que uma enfermeira ou técnica mulher acompanhe o médico em procedimentos envolvendo mulheres, e que apesar de Schiefler ter sido denunciado para a ouvidoria na época em que estava no hospital, o motivo foi desavença com alguns pacientes. Para nossa equipe de reportagem, alguns funcionários que preferiram não se identificar relataram que o médico tinha um tratamento ríspido para com os colegas de trabalho.

A orientação da polícia é para que, se alguém suspeitou da atitude do médico durante algum procedimento, ligue para o 181 ou 197 da Polícia Civil.

Neandro se formou em medicina em 2007 pela Univali de Itajaí. Na justiça contra Neandro consta apenas um processo movido pelo Ministério Público, por omissão de socorro. Ele foi arquivado no ano passado.

CRM se manifesta sobre o caso

Em nota enviada ao OCP pela assessoria de imprensa, o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina informa que tomou conhecimento dos fatos pela imprensa e instaurou sindicância para averiguação minuciosa do caso divulgado. ‘Na tramitação, solicitará ao delegado responsável informações para analisar as providências cabíveis. Importante destacar que os procedimentos investigatórios deste Conselho têm caráter sigiloso, visto que a divulgação de informações sobre casos específicos pode causar nulidade processual”, diz o texto.

Schiefler se formou em medicina em 2007 pela Univali de Itajaí. Na justiça, consta um processo contra o médico por omissão de socorro, movido pelo Ministério Público, arquivado no ano passado.

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