A barragem José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí, atingiu a capacidade máxima e começou a verter na noite desta sexta-feira (13). De acordo com a Defesa Civil, essa é a primeira vez na história que a barragem – a maior de Santa Catarina, com aproximadamente 60 metros de altura e capacidade para 357 milhões de metros cúbicos de água – verte.
O vertimento foi registrado por volta das 22h05. Segundo a Defesa Civil, “o vertimento de barragens é uma operação controlada e monitorada de perto por equipes técnicas” e não deve impactar os níveis dos rios em José Boiteux, Ibirama, Apiúna, Ascurra, Indaial e Blumenau, que continuam baixando – situação que deve se manter ao longo dos próximos dias.
O órgão afirma ser possível que o nível do rio em José Boiteux tenha uma pequena elevação, mas que isso “não representa qualquer risco de inundação para o município”.
Confira no vídeo abaixo o vertimento na barragem:
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Taió e Ituporanga
Outras duas barragens são essenciais para a contenção das cheias na região do Vale do Itajaí: a barragem de Taió, que suporta o volume de 100 milhões de metros cúbicos de água; e a de Ituporanga, que suporta 110 milhões de metros cúbicos. Segundo a Defesa Civil, ambas também estão na capacidade máxima, vertendo e com todas as suas comportas fechadas no momento.
Situação planejada
“A barragem é projetada para segurar um grande volume de água. A barragem de José Boiteux, por exemplo, tem uma capacidade de até 357 milhões de metros cúbicos de água, é a maior barragem do nosso sistema de controle de cheias do Vale do Itajaí”, explica Frederico Rudorff, coordenador de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil estadual.
Conforme a Defesa Civil, a barragem é projetada de forma estrutural para ir esvaziando o excesso de água de seus reservatórios pelo vertedouro. O fim das três séries de chuva forte registradas nos últimos dias deve fazer a barragem parar de verter em um curto espaço de tempo.
É um processo semelhante ao que já aconteceu nas barragens de Taió e Ituporanga, por conta do imenso volume de chuva das últimas semanas. Mesmo assim, as duas estruturas seguraram até 125% do volume do reservatório, ajudando a reduzir o nível dos rios e os impactos das cheias no Vale do Itajaí.
“A barragem quando chega perto dos 100% de sua ocupação, ela começa a passar pelo vertedouro. O vertedouro é uma estrutura projetada para esvaziar, aliviar o excesso de água pelo vertimento. É processo muito controlado porque começa com uma pequena lâmina de água e vai aumentando gradativamente. Então, é uma situação segura, a barragem é projetada para isso e está fazendo o seu papel de controlar as cheias no Vale do Itajaí”, explica Rudorff.
Uma vistoria técnica realizada por engenheiros da Secretaria de Infraestrutura foi realizada no local e confirmou a segurança de todas as estruturas que compõem a barragem de José Boiteux, que voltou a ser operada pelo Estado neste ano.