A Polícia Civil deflagrou a Operação Profusão em Joinville e Araquari. Um dos alvos é o vereador joinvilense Mauricinho Soares (MDB). Durante a ação realizada na manhã desta quinta-feira (30), foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, um deles no gabinete de Soares; dois mandados de prisão e duas ordens de suspensão do exercício de atividade econômica.
A investigação apura suposta prática dos crimes de falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e organização criminosa. Os delitos foram cometidos, em tese, por agentes públicos em conluio com intermediadores particulares, visando beneficiar condutores de veículos automotores penalizados com suspensão do direito de dirigir.
Segundo a apuração da Polícia Civil, os supostos autores dos fatos orquestraram um esquema ilícito que possibilitou a inserção de um grande número de informações falsas nos sistemas do Detran-SC (Departamento de Trânsito de Santa Catarina), possibilitando que mais de 100 condutores fossem indevidamente beneficiados com a liberação de penalidades a eles aplicadas.
A operação foi batizada de Profusão por causa da comprovação de que mais de 100 condutas criminosas foram praticadas pelo grupo. Dentre os investigados, figuram agentes públicos terceirizados do Detran-SC, um despachante e pessoas a ele vinculadas, o vereador e um agente ligado a um escritório de advocacia especializado em multas de trânsito.
As buscas foram realizadas nas residências dos investigados e em seus locais de trabalho, tais como um escritório de advocacia, a 2ª Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito), em Joinville, e a Câmara de Vereadores de Joinville. Nos locais, foram apreendidos aparelhos eletrônicos, especialmente telefones celulares, e documentos relacionados aos fatos sob apuração.
Além disso, foi apreendida uma arma de fogo e munições, o que ocasionou na condução para análise de prisão em flagrante delito de um dos alvos da operação policial. Participaram da operação 43 policiais civis da Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção da Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais, do Lab-LD/DEIC, da Decor (Delegacia de Corrupção) da DEIC, da 1ª Decor, da 2ª Decor, da 3ª Decor (Joinville), da 4ª DECOR, da DIC (Divisão de Investigação Criminal) de Joinville, da DIC e da Delegacia da Comarca de São Bento do Sul, das 2ª e 15ª Delegacias Regionais de Polícia, de Joinville e Jaraguá do Sul. Também cooperaram nas diligências Peritos Criminais da Polícia Científica de Santa Catarina. A operação contou com o acompanhamento da Comissão de Prerrogativas da OAB – Subseção de Joinville/SC.