Um mês após a morte de taxista jaraguaense, polícia não tem pistas do paradeiro dos assassinos

Por: Claudio Costa

23/12/2017 - 09:12 - Atualizada em: 24/12/2017 - 10:36

Nesta sexta-feira (22), completou um mês do latrocínio que vitimou o taxista Allan Tietz, de 24 anos. Com o pretexto de ir a um funeral em Curitiba, os principais suspeitos do crime, os irmãos Patrick Machado Fuckner e Jonatan Machado Fuckner, contrataram o serviço do motorista depois de pedirem para pelo menos outros três taxistas que se negaram a fazer a corrida. Allan foi visto pela última vez quando saiu para fazer a corrida. O carro utilizado para a viagem, um Renault Logan, foi encontrado depenado na capital paranaense. Após uma grande mobilização, o jovem foi encontrado cinco dias após o crime. O corpo estava na beira de uma estrada de terra em Garuva.

Carro utilizado para a viagem, um Renault Logan, foi encontrado depenado na capital paranaense | Foto Arquivo OCP

De acordo com o delegado titular da Divisão de Furtos e Roubos (DFR) da Delegacia de Polícia Civil de Jaraguá do Sul, Eric Issao Uratani, o paradeiro dos irmãos Fuckner é desconhecido. “Infelizmente, a gente não tem novidades sobre o paradeiro deles. Durante todo esse período, a gente está trabalhando com outras polícias, inclusive da região metropolitana de Curitiba. O pessoal está dando uma força muito grande, fazendo campanas, mas até o momento os dois não foram encontrados. A gente não tem informações sobre uma localização precisa deles”, afirma Eric.

Polícia Civil divulgou as fotos dos suspeitos de cometer o crime | Foto Reprodução/OCP

Um trabalho preciso de investigação levou a uma resolução rápida do crime. A equipe da DFR levou apenas 24 horas para descobrir que o taxista foi assassinado e que os autores eram os irmãos Fuckner. O delegado da divisão acredita que a grande repercussão do caso atrapalhou na captura dos suspeitos. “Eu já previa uma certa dificuldade por causa da repercussão. Nós fizemos a identificação de uma forma rápida, ouvindo pessoas do círculo de convivência deles. Eles também tomaram conhecimento de que foram identificados e que a gente já estaria atrás deles. Talvez a gente tivesse uma pequena chance de pegá-los quando ainda não sabiam que haviam sido identificados. A gente já sabia que eles fariam de tudo para não serem encontrados”, explica. “Eles se desfizeram dos contatos de telefone que a gente tinha, ou seja, estão fazendo de tudo para fugir da gente”, completa.

Após encontrar o corpo, o Instituto Geral de Perícias fez um laudo cadavérico. Eric explica que o laudo confirmou a causa da morte de Allan. O taxista foi golpeado diversas vezes na região do pescoço. O delegado acha que o motorista foi abordado e golpeado ainda dentro do veículo. “O local exato da morte a gente não sabe, mas a gente supõe que, pelo volume de sangue dentro do carro, as primeiras facadas tenham sido dadas ainda dentro do táxi. A gente não tem como saber se foi no local da desova. Mas eu acredito que ele foi rendido e levado até o aquele local. É apenas uma suposição, a minha opinião, ou seja, a gente não tem provas disso aí”, descreve.

“O local exato da morte a gente não sabe”, disse o delegado Eric Issao Uratani

Comprovante de recarga foi essencial

A Divisão de Furtos e Roubos chegou nos nomes dos dois suspeitos do crime de duas formas: através de denúncias de taxistas que recusaram corridas no dia em que Allan desapareceu e de um bilhete de recarga de celular deixado no carro da vítima. Com ele, a Polícia Civil conseguiu ir até o local e flagrar a compra dos créditos em uma câmera de segurança. Os irmãos haviam sido finalmente reconhecidos, mas uma mulher intrigou a equipe de investigação.

“Há um vídeo do momento em que os dois fazem uma recarga de celular em uma sorveteria. Tinha uma mulher junto com eles. No início, achamos que era uma mulher daqui de Jaraguá do Sul. Depois, o comandante da Polícia Militar em Garuva nos ligou dizendo que ela havia sido reconhecida”, assinala Eric, ao contar que a mulher prestou depoimento e revelou detalhes sobre os acontecimentos após a morte de Allan.

Família tenta continuar

O taxista Nelson Tietz, pai de Allan, continua na batalha diária no ponto localizado no bairro Rau. O ponto é o mesmo em que Allan trabalhava antes de acontecer o assalto. Mas, nesta sexta, ele foi de encontro ao maior símbolo do infortúnio vivido pelo filho. “Hoje, por volta das 11h, eu fui buscar as cinzas dele e levei para casa”, conta Nelson.

De acordo com o taxista, a mulher chora a morte do filho e todos estão tentando “se acostumar” com a perda de Allan. “Até a gente se acostumar com a ideia, vai demorar. Não é bem se acostumar. É aquele negócio de você ter que viver e ir pra frente, né? Não adianta”, desabafa.

Taxista Allan Tietz, de 24 anos, vítima de latrocínio | Foto Reprodução

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