Um dos fugitivos da Penitenciária de Joinville é acusado de decapitação do adolescente Juninho

Por: Rosana Ritta

05/09/2017 - 18:09

PUBLICADA EM 4/9/2017, ÀS 16H55 – ATUALIZADA ÀS 18H20 DE TERÇA-FEIRA (5)

A Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania de Santa Catarina informou que todas as medidas legais e periciais estão sendo adotadas para investigar em que condições se deu a fuga de dois detentos da Penitenciária Industrial de Joinville (PIJ) ocorrida por volta das 15h30 deste domingo (3) durante o recolhimento do lixo. Integrantes da Corregedoria-Geral também estiveram na unidade instaurando uma sindicância interna para apurar a ocorrência e investigar o caso. Até a tarde desta terça-feira (5), eles não haviam sido encontrados.

Os dois fugitivos, Bruno Pacheco, 27 anos, e Valter Carlos Mendes, 35, são considerados de alta periculosidade e envolvidos com facções criminosas. Embora ambos cumprissem pena por roubo, Mendes é um dos sete acusados de um dos crimes mais macabros da história policial catarinense, a decapitação, em fevereiro do ano passado, do adolescente Israel Melo Junior, o Juninho Nezo, 16 anos, cuja cabeça foi encontrada em uma mochila na entrada do bairro Jardim Paraíso, na zona Norte de Joinville, na noite de 2 de fevereiro de 2016.

Cinco dos sete acusados do crime foram a júri popular no início de agosto deste ano e foram condenados a penas de em média 30 anos cada um. Na ocasião, foi informado que o réu Valter Carlos Mendes será julgado separadamente, pois, segundo o Fórum da Comarca de Joinville, havia recorrido.

Valter Carlos Mendes (o 3º, com o uniforme laranja) sendo apresentado pela Polícia Civil de Joinville no dia 13 de abril de 2016, junto com mais três acusados, hoje condenados, pela morte e decapitação de Israel Melo Junior: Henrique Alexandre Guimarães (à esquerda), Luciano da Silva Costa e Jonathan Luiz Carneiro | Foto Reprodução/OCP

De acordo com as informações do Departamento de Administração Prisional (Deap) a respeito dos fugitivos, Mendes é nascido em Joinville e a pena que ele cumpria era por roubo. Em um dos casos, ele roubou uma igreja. Bruno Pacheco é natural de Guarapuava (PR).

Segundo o programa “Tribuna do Povo”, os dois fugitivos, logo depois de deixarem a penitenciária, renderam uma família que mora na região e obrigaram um dos moradores da casa a os levarem até o bairro Comasa. No momento em que a PM chegou à casa, as roupas de cor laranja usadas pelos presidiários estavam sendo queimadas em uma churrasqueira. Três pessoas que estavam nesta casa foram levadas para a Delegacia de Polícia para prestarem depoimento. Outra versão apurada pela PM é de que os dois foram vistos caminhando nos trilhos de trens próximos a rua 6 de Janeiro. No final da noite,  foi formada barreira em vários acessos da zona Sul.