A tragédia registrada nesta quarta-feira (5), em Blumenau, com a morte de quatro crianças após a invasão de uma creche na Rua dos Caçadores, infelizmente não é um caso único.
Segundo a polícia, um homem invadiu a creche com uma machadinha, atacou as crianças e depois se entregou no Batalhão da PM, segundo o delegado geral de polícia de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
A tragédia remete a uma memória recente do estado: o massacre de Saudades, em maio de 2021. O ataque, perpetrado por um rapaz de 18 anos, se deu também em uma creche, no município de Saudades, e deixou quatro mortes: três crianças e uma professora.
Fora do estado, outros casos marcam a memória recente. Em março de 2019, o município de Suzano, em São Paulo, se viu palco deste tipo de tragédia quando dois atiradores, ex-alunos, mataram cinco estudantes e duas funcionárias de uma escola. Após o massacre, um dos atiradores matou o comparsa e em seguida cometeu suicídio.
Em 2017, um aluno de 14 anos do Colégio Goyases, em Goiânia, disparou repetidas vezes contra colegas de classe, deixando dois mortos e quatro feridos – uma das vítimas ficou paraplégica.
O mais grave caso deste tipo no Brasil se deu no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro: Em abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, sendo que matou doze deles, com idade entre 13 e 15 anos, e deixou mais de 22 feridos. Ele cometeu suicídio antes de ser preso.
O país teve, ao menos, 16 ataques em escolas nos últimos 20 anos – os dados sobre incidentes do tipo ainda são escassos.
Ameaças tem se tornado comuns
O atentado desta quarta-feira veio em meio a uma série de ameaças recentes em escolas: Um adolescente, que não teve a idade divulgada, foi apreendido na manhã desta segunda-feira (3) pela Policia Civil após postar nas redes sociais que planejava um massacre em um colégio público de Londrina, norte do Paraná.
No mesmo dia, outro adolescente, de 17 anos, foi apreendido na Grande Florianópolis, após divulgar nas redes sociais ameaças relacionadas a um ataque que supostamente ocorreria em uma escola em São José.
Na última quinta-feira (30), a Polícia Militar foi chamada depois que um aluno fez ameaças do tipo na Escola de Ensino Fundamental Almirante Tamandaré, no Centro de Guaramirim.
Uma ameaça de atentado em uma escola municipal de Schroeder, causou pânico no fim de agosto passado, envolvendo dois adolescentes, de 12 e 15 anos. Segundo alguns professores dos dois, esses adolescentes estariam planejando matar servidores da unidade a tiros, conforme mensagens vazadas de um grupo no Whatsapp.
Na última terça-feira, um aluno de uma escola particular em Águas Claras, no Distrito Federal, publicou ameaças nas redes sociais sobre um possível ataque à instituição. “
Nas publicações, o aluno ameaçou estudantes do 6º, 7º e 8º ano do ensino fundamental. “Apenas orem e rezem ao seu deus. Aproveitem enquanto podem. Amanhã [quarta-feira] será o grande dia”, escreveu”.
Nota da Redação: O OCP não irá publicar o nome nem imagens do autor do ataque à creche de Blumenau. A decisão foi tomada para evitar que sua exposição possa servir de incentivo para indivíduos que queiram visibilidade ao cometer crimes de ódio e violência. Essa diretriz tem como base estudos e pesquisas voltadas ao tema. Além disso, o jornal também preservará o nome das vítimas em respeito às famílias e às orientações do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).