Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

“Todo dia é difícil pra mim”: três anos após a morte do filho causado por motorista bêbado em Guaramirim, mãe ainda segue em busca de justiça

Foto: Arquivo

Por: Gabriel JR

15/10/2025 - 11:10 - Atualizada em: 15/10/2025 - 11:56

Três anos se passaram desde a madrugada que mudou para sempre a vida de uma mãe. O relógio marcava 0h50 do dia 15 de outubro de 2022 quando um carro invadiu a pista contrária na SC-108, em Guaramirim, e atingiu de frente a motocicleta conduzida por David Wilhan Chaves, de apenas 23 anos.

Motoboy dedicado, David fazia entregas para uma lanchonete da cidade e voltava para casa quando foi surpreendido por um Fiat Linea que seguia na contramão. O impacto foi devastador.

Socorrido pelos bombeiros voluntários e pelo Samu, o jovem apresentava afundamento de crânio e entrou em parada cardiorrespiratória. Ele não resistiu.

O motorista, de 22 anos, estava embriagado. O teste do bafômetro indicou 0,65 miligrama de álcool por litro de ar expelido, mais que o dobro do limite considerado crime de trânsito. Preso em flagrante, ele foi levado à Central de Plantão Policial de Jaraguá do Sul. Mas, dois meses depois, estava em liberdade.

Foto: Arquivo Pessoal

“Ele tirou a vida do meu filho e hoje vive normalmente”

A dor de Nilce Chaves, mãe de David, continua tão viva quanto naquele amanhecer de outubro. De São Paulo, onde tenta recomeçar a vida, ela fala com a voz embargada:

“Todo dia é difícil pra mim, mas hoje é o pior. É como reviver tudo de novo.”

Ela lembra que precisou deixar Guaramirim porque não suportava a lembrança diária do local onde o filho perdeu a vida.

“Eu morava perto do lugar do acidente. Cada vez que abria a janela, via o ponto onde ele caiu. Eu não aguentava mais. Todos os dias passava por ali para ir trabalhar. Tive que ir embora.”

O sentimento de revolta se mistura ao de impotência. Nilce diz que o responsável pelo acidente não prestou socorro e tentou fugir.

“Antes de ajudar meu filho, ele tentou correr. Quase caiu sobre o corpo do David e ainda assim tentou escapar. Para mim, isso é desumano. Ele bêbado matou meu filho e hoje leva uma vida normal.”

Três anos de espera por justiça

David foi sepultado no Cemitério Municipal de Guaramirim, no dia 16 de outubro de 2022. Desde então, Nilce Chaves aguarda que a Justiça se mova.

“Eu chamo de assassino porque ele escolheu beber e dirigir. Isso não foi acidente, foi uma escolha. E o pior é saber que ele foi preso no dia 15 de outubro e, dois meses depois, já estava nas ruas. Em janeiro, fazia festa de aniversário.”

Três anos após o crime, o processo ainda não teve uma sentença definitiva. Enquanto isso, o tempo parece ter parado para a mãe, que tenta manter viva a memória do filho e o pedido de justiça.

“Eu só quero justiça. Não quero vingança. Só quero que ele pague pelo que fez. Meu filho tinha sonhos, trabalhava, era querido por todos. Ninguém tem o direito de acabar com uma vida assim.”

Foto: Arquivo/OCP News

Uma dor que o tempo não apaga

O caso de David Wilhan Chaves é mais um entre tantos acidentes causados por motoristas embriagados em Santa Catarina. Mas, para Nilce, é uma ferida pessoal e irreparável.

Três anos depois, ela segue esperando respostas, sustentada apenas pela fé e pela lembrança do sorriso do filho.

“A dor não passa. Eu acordo todos os dias com a falta dele. Só peço que a Justiça olhe para o meu caso, que lembrem do nome do meu filho: David Wilhan Chaves. Ele merece ser lembrado, e eu mereço paz.”

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Gabriel JR

Repórter e radialista com 15 anos de experiência na área de comunicação