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TJSC instala Vara Estadual de Organizações Criminosas e divulga mapa por região

Divulgação/TJSC

Por: Pedro Leal

30/06/2025 - 19:06 - Atualizada em: 30/06/2025 - 19:14

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) instalou nesta segunda-feira, 30 de junho, a Vara Estadual de Organizações Criminosas. A nova unidade funcionará na comarca da Capital porque a região da Grande Florianópolis conta o maior percentual de processos relacionados às organizações criminosas do Estado, na ordem de 30,1%. A vara será composta de cinco magistrados e magistradas, além de 35 servidores e servidoras, com um acervo inicial 2.087 processos, sendo 1.841 em andamento e 246 suspensos. Os julgamentos serão colegiados e anônimos.

A solenidade, realizada no salão do Tribunal do Júri da comarca da Capital, contou com a presença do presidente em exercício do TJSC, desembargador Cid Goulart; do corregedor-geral da Justiça, desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli; da 3ª vice-presidente do TJSC, desembargadora Janice Goulart Garcia Ubialli; e da procuradora-geral do Ministério Público (MPSC), Vanessa Cavallazzi. O procurador-geral do Estado, advogado Márcio Vicari, e o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, entre outras autoridades, também marcaram presença. Antes do evento, dirigentes do TJSC receberam a imprensa para uma entrevista coletiva, momento em que foram apresentados aos jornalistas os detalhes sobre o funcionamento da nova unidade.

Divulgação/TJSC

Na oportunidade, a Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ) divulgou o mapa de Santa Catarina com as ações judiciais que envolvem organizações criminosas por região. “Trabalhamos basicamente com quatro vetores nesta vara, que são os catalisadores no qual nós pretendemos alcançar. Eficiência, que é o resultado da prestação judicial. Celeridade, porque o Judiciário é responsável para dar uma pronta resposta técnica à sociedade, de acordo com a legislação. A segurança jurídica, para que nós tenhamos uma cultura de decisões a respeito das organizações criminosas. E a segurança dos operadores que vão trabalhar nessa unidade jurisdicional”, anotou o corregedor-geral da Justiça, desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli.

A Vara Estadual de Organizações Criminosas terá competência sobre todo o território catarinense. Ela julgará as ações que envolvem os crimes praticados pelas organizações criminosas, mas há três exceções: processos de competência do Tribunal do Júri, de violência doméstica e do Juizado Especial Criminal. De acordo com o mapa divulgado pela CGJ, a região do Vale do Itajaí concentra o segundo maior percentual de processos sobre organizações criminosas, 22,8%. Já a região da Serra, com 7,8%, reúne o menor percentual.

“Os julgamentos dos processos de organizações criminosas precisam ter um tratamento diferenciado dos demais crimes e de uma estrutura adequada também para o seu processamento, e é o que nós estamos fazendo. É um assunto muito grave, muito importante, debatido em todo o mundo, e nós estamos dando um largo passo na direção da organização daquilo que é essencial: servir a sociedade. Com a participação de todos os órgãos de segurança e da sociedade em geral, estamos concretizando o que eu entendo ser um verdadeiro sonho de Justiça, onde os magistrados e servidores terão segurança, tranquilidade e, sobretudo, saúde mental”, completou o presidente em exercício do TJSC.

Para a segurança e tranquilidade dos magistrados, toda decisão judicial e todo trabalho de secretaria serão anônimos na unidade do crime organizado. Para isso foi criado um sistema no Teams, desenvolvido pela Microsoft, que quando o magistrado presidir uma audiência, haverá distorção facial e do som da voz do juiz, para que não seja possível identificar se é homem ou mulher e as características pessoais. Além de impedir a identificação de juízes e juízas pela imagem e pelo som, a nova tecnologia desenvolvida fará o reconhecimento facial de testemunhas. A inteligência artificial do novo sistema ainda será capaz de degravar as audiências, com transcrição literal em texto do conteúdo em áudio ou vídeo.

Mais depoimentos

“As organizações criminosas não respeitam limites físicos e mesmo tendo seus líderes trancados a sete chaves em penitenciários de segurança máxima, continuam comandando atividades criminosas. Para esse tipo de criminalidade, as nossas antigas estruturas não tinham condições adequadas de fazer frente. Portanto, hoje, somos protagonistas em nível nacional, porque teremos o combate de forma intensiva e adequada.” – Chefe do MPSC, procuradora-geral de Justiça Vanessa Cavallazzi

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“De qualquer sorte, eu trago aqui, senhor presidente, à vossa excelência, aos eminentes desembargadores do Tribunal de Justiça, aos membros do Ministério Público, a alegria do governo do estado de Santa Catarina, em ver que, novamente, o Tribunal de Santa Catarina se apresenta na vanguarda da defesa da lei, com respeito, como também assentou o respeito ao direito de defesa, mas com garantia de segurança dos agentes públicos que atuam no combate à criminalidade.” – Procurador-geral do Estado, advogado Márcio Vicari

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“Agora, será possível enfrentar núcleos inteiros de organizações criminosas em uma única estrutura judicial, promovendo celeridade processual, economia de atos e uniformização das decisões. Essa inovação reduz a dispersão dos esforços dos jurisdicionais, evita decisões contraditórias e fortalece a efetividade da percepção penal respeitando com rigor os princípios do contraditório da defesa e do devido processo penal.” – Diretor em exercício do Fórum Central da comarca da Capital, juiz Celso Henrique de Castro Baptista Vallim

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).