Thanatoturismo: turismo para locais da Terra onde houve tragédia – Leia a coluna do Prates desta segunda-feira (18)

Li, pousei o jornal sobre a mesa e deixei a cabeça girar. Cada vez me convenço mais que os de fato “racionais” são os bichos, o ser humano não presta. Só vai prestar, um pouquinho, se tiver sido muito bem-educado na primeiríssima infância ou então vai ter que se comportar diante da certeza da vara da punição.

Fora disso, os humanos perdem de longe para os erradamente chamados de “animais”, eles, os bichos, que, na verdade, são instintivos, só fazem o que lhes está na programação biológica. Nós não, nós somos sonsos, interesseiros, calculistas. Sem bico nem protestos.

Como disse, pousei o jornal sobre a mesa e libertei a cabeça para o que desse e viesse. Lembrei que já viajei muito, muito mesmo, por 15 anos girei pelo Brasil, pelas Américas, pelo mundo. Sempre como narrador de futebol.

Cansei, hoje só viajo para palestras; como turista, nem a pau, Juvenal. O jornal de que falei era um suplemento de turismo, de ler esses cadernos não abro mão Li e me irritei, não me tinha ainda passado pela cabeça que o ser humano possa ser tão estúpido.

Ah, antes de ir adiante, uma pergunta: Por que você acha que o filme O Titanic fez tanto sucesso? Ora, pela singela razão de que o assistente do filme sentia, sente, frêmitos de felicidade, vê o navio afundando e se sente feliz por não estar entre os afogados. Só por isso o filme fez sucesso, afinal, todos sabiam do final da história…

E agora o que me encrespou o cabelo lendo o caderno de turismo de um jornal paulista. Manchete: – “Thanatoturismo é um sucesso”. Sabes o que é isso? Turismo para locais da Terra onde houve tragédias, muito sangue, sofrimento e morte.

Exemplos? Chernobyl, Auschwitz, áreas afetadas por terremotos, onde muitos morreram, locais de tsunamis, calçada onde John Lennon foi assassinado, local do inesquecível 11 de setembro, onde caíram as torres gêmeas…

E na Letônia existe um antigo presídio onde o turista pode passar a noite numa cela, sendo “interrogado”, como num teatro, tudo com dentes rangidos para parecer verdade. Ah, e tem até uma cela assombrada…

São locais concorridíssimos, filas de espera. Pode uma loucura dessas? Pode, o ser humano no seu subconsciente é pior que o diabo, fingimos doçuras, ternuras, bondades, mas tudo para deixar lá embaixo nos porões da mente as nossas constrangedoras verdades. Nojo!

Gestos

Quem me ouve nos meus comentários de rádio pelo Brasil, me lê em colunas e me escuta na TV, sabe que faz anos que comento sobre nossas mãos.

Basta observar uma pessoa por 5 minutos num encontro social para você nunca mais ter vontade de estender a mão. Mãos passadas nos cabelos, no nariz, na boca, na testa, “em tudo”… E tudo naturalmente. Todos. Logo, evitar mãozinhas esticadas faz bem sempre…

Desastres

Ouça o que diz uma professora e psicanalista gaúcha: – “A criança quando está entretida com uma tela, celular, ou parecido, não está brincando, tem o cérebro anestesiado por imagens e informações. Não está desenvolvendo motricidade, lateralidade, imaginação, criatividade nem desenvolvendo as competências sócioemocionais”.

Verdade, professora, só que os pais “porongos” acham que os filhos estão ficando espertos. Crianças “bloqueadas” e pais bananas. Modernos…

Falta dizer

Ouça esta manchete de pesquisas brasileiras, USP, e americanas: – “Ler livros aumenta a longevidade”. Claro, com boas ideias na cabeça, mais saúde.

– “Ah, mas é um saco, dá muito trabalho” – dizem os ignaros. A pior morte é a da cabeça vazia. Só que esses “mortos” são falsamente espertos nas indecências dissimuladas nos seus WhatsApp. Trouxas!

 

Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito:

WhatsApp

Telegram Jaraguá do Sul