Suspeitos de matarem casal por causa de herança são denunciados em SC

Casal foi preso suspeito da autoria do crime | Foto: Polícia Civil/Divulgação

Por: Claudio Costa

28/03/2024 - 06:03 - Atualizada em: 28/03/2024 - 06:13

A população de Treze Tílias, no Oeste de Santa Catarina, iniciou 2024 com uma notícia chocante.

Marisa Mergener, de 42 anos, e Reginaldo Tonet, de 41, foram encurralados e mortos dentro da própria casa nas primeiras horas do ano, após voltarem de uma festa de réveillon.

As investigações apontaram para um crime de âmbito familiar, motivado por desavenças relacionadas a herança.

Nesta semana a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joaçaba denunciou uma mulher e um homem pelos homicídios citando várias qualificadoras, incluindo o feminicídio.

A Justiça já recebeu a denúncia e ambos se tornaram réus em uma ação penal.

O objetivo do Ministério Público de Santa Catarina é que eles sejam julgados e condenados pelo Tribunal do Júri e que a relação parental com as vítimas e a forma como o crime foi cometido pesem no cálculo das penas.

As investigações revelam que a mulher teria arquitetado a morte do irmão e da cunhada para ficar com uma herança, já que o casal não tinha filhos, e que seu companheiro teria participado do planejamento e executado os homicídios com uma pistola de uso restrito.

Marisa Mergener, de 42 anos, e Reginaldo Tonet, de 41, foram encurralados e mortos dentro da própria casa | Foto: Reprodução Redes Sociais

A denúncia, assinada pela Promotora de Justiça Francieli Fiorin, narra que “um prestou apoio moral e material ao outro em todo o percurso do crime, seja durante os atos de planejamento, na execução e após a consumação, com combinação de versões, ocultação e eliminação de vestígios, buscando desviar e dificultar a investigação policial e garantir a impunidade de suas ações”.

Quatro qualificadoras são citadas nas duas mortes: motivo torpe, afinal os homicídios teriam sido motivados por desacertos envolvendo bens; emboscada, pois o réu teria esperado as vítimas com uma pistola nos arredores da casa e as atacado desprevenidas; meio cruel, pois o réu teria fragilizado o casal, perseguindo-o pelos cômodos e fazendo disparos de forma intervalada para prolongar o sofrimento; e uso de arma de fogo restrita.

O Ministério Público pede, ainda, que o feminicídio seja reconhecido, pois a cunhada teria sido morta no âmbito da violência doméstica e familiar, devido a relação parental com os réus – cunhada de uma e concunhada do outro.

A denúncia também inclui o crime de porte ilegal de arma de fogo, afinal, após o homicídio, o executor fugiu e ocultou a pistola, e a arma não foi localizada.