Os acidentes são, hoje, a principal causa de morte de crianças de zero a um ano no Brasil. Todos os anos, cerca de 800 bebês dessa faixa etária morrem e outros 5 mil são hospitalizadas.
Segundo números da plataforma de dados do Ministério da Saúde, o Datasus, o primeiro lugar desse ranking é a morte por sufocamento, com um registro de 636 em 2016, último ano base da pesquisa.
No mesmo período, ocorreram 830 mortes por causas acidentais nessa idade. Assim, os óbitos devido à perda da respiração representam 76% de todos os óbitos por acidentes.
Embora Jaraguá do Sul e região trilhem o caminho aposto ao do país, saber o que fazer nessa situação é importante.
Nos últimos 10 anos, o município teve quatro mortes por causas acidentais. Três foram em decorrência de acidentes de trânsito e, no ano passado, houve um óbito por sufocamento.
De 2008 a 2018, Guaramirim registrou 93 óbitos infantis, sendo que destes apenas um caso envolveu criança menor de um ano. Neste período, Massaranduba também registrou um óbito, em decorrência das enchentes daquele ano.
Corupá apresentou duas mortes por acidentes nessa faixa etária. Em 2013, um menino com apenas 28 dias teve morte súbita, enquanto em 2016, uma menina de três meses morreu por aspiração de leite.
Salva por um telefonema
Se as mortes por causas acidentais na região não são expressivas, em partes, é devido ao trabalho dos bombeiros.
No dia 23 de maio deste ano, a pequena Alice, de apenas dois meses na época, se engasgou com leite materno e foi salva graças ao rápido trabalho dos bombeiros corupaenses.
A mãe da menina, Regiane Fernandes de Oliveira, de 18 anos, conta que sua filha tinha tomado vacina e passou a tarde inteira incomodada.
No início da noite, quando foi dar remédio para Alice, aproveitou para amamentá-la e sua filha se afogou.
“A Alice estava bem roxa, ela queria chorar mais não estava conseguindo”, relembra.
É difícil uma mãe não ficar nervosa em uma situação assim, mas com Regiane foi diferente. Porém, o motivo por manter a calma não é dos melhores: ela já passou por isso com sua primeira filha, Helena Emanuele Fernandes, agora com dois anos.
“Ela [Helena] tinha 11 dias quando se afogou. Eu não conseguia nem falar direito no telefone, não sabia o que fazer. Por isso, minha irmã que intermediou a conversa com os bombeiros”, destaca.
Segurança no atendimento
Dessa vez, quando Alice estava passando mal, Regiane se manteve calma e ligou para os bombeiros de Corupá. Do outro lado da linha estava Cristiano de Souza, 33 anos.
Preciso e seguro, ele conseguiu instruir a mãe antes mesmo que os bombeiros voluntários Fabio Ademir Romão, 33 anos, e Thais Duarte Moreira, 27 anos, chegassem na casa da menina, mesmo que a viagem tenha durado apenas três minutos.
“Nesses momentos é importante o bombeiro passar segurança para a mãe. Não adianta nós falarmos com a linguagem de bombeiro e a pessoa que está escutando não entender nada”, enfatiza Souza.
O bombeiro afirma que os voluntários fazem diversos treinamentos com os bonecos para aprimorar as manobras corretas de se expelir um objeto, especialmente em bebês.
“Sempre ensinamos para os aspirantes aprenderem e levarem os ensinamos para casa”, completa Souza.
Telefones de emergência
- 193 – Bombeiros
- 192 – Samu
Mortes de crianças de zero a um ano por acidentes no Brasil
Ano Todos acidentes Sufocação
2012 825 578
2013 859 606
2014 826 606
2015 830 611
2016 834 636
Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito:
Telegram
Facebook Messenger