A série “Além da Farda” vai trazer um pouco sobre a vida daqueles que cuidam diariamente da segurança da comunidade de Jaraguá do Sul e região.
A ideia é mostrar um lado inusitado ou desconhecido sobre policiais, bombeiros, delegados e outros agentes.
A primeira reportagem traz um pouco da paixão pelas motos nutrida pelo subcomandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, o major Aires Volnei Pilonetto.
A história dos 200 mil quilômetros percorridos pelo oficial da PM no Brasil, Uruguai, Paraguai Argentina, Chile, Bolívia e Peru começou por acaso na então 3ª Companhia do 8º Batalhão de Polícia Militar, em 1994.
O primeiro contato do na época soldado Pilonetto com uma motocicleta foi com a popular Garelli.
“Nós tínhamos que fazer a movimentação dos veículos apreendidos no quartel, de onde é o batalhão até onde hoje fica a Defesa Civil do Estado. A primeira vez que eu subi em um veículo motorizado de duas rodas foi nessa ocasião”, comenta.
A primeira motocicleta adquirida por Pilonetto foi uma Yamaha RD 135. Ele foi até Joinville para comprar um carro, mas acabou encontrando a moto praticamente nova em uma revenda.
Com o dinheiro que tinha, acabou levando a motocicleta e algumas viagens não muito longas foram feitas.
Como o soldado Pilonetto tinha acesso a uma motocicleta, ele foi escalado para fazer o patrulhamento com esse veículo.
A atividade não tem nada a ver com o que hoje é a Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas), mas marca o início do trabalho com motos na PM em Jaraguá do Sul.
E, com isso, o fascínio pelas motocicletas surgiu. Tudo em um evento muito conhecido pelos jaraguaenses, o Motogiro.
O ano era 1995 e Pilonetto foi enviado para fazer a recepção dos motociclistas no trevo do antigo Hotel Etalan.
“Eu estava ali vendo as máquinas potentes chegando e isso me chamou a atenção. Isso me despertou o sonho de um dia ter uma moto grande. No dia seguinte, nós fizemos o passeio e aí fizemos o serviço de batedor das motos com umas CG 125 até o Parque da Malwee”, lembra.
Ele recorda que, mesmo fazendo o trabalho de batedor do desfile com uma moto humilde, os motociclistas respeitavam muito os policiais militares.
Para Pilonetto, foi uma questão de tempo até despertar a paixão pelas grandes distâncias.
O início das grandes viagens
Com a RD 135, Pilonetto conheceu o Litoral de Santa Catarina e foi até Curitiba, mas as grandes distâncias começaram em 2001 com uma Honda NX 400 Falcon.
O primeiro “tiro longo” ocorreu no ano seguinte, após se formar no Curso de Formação de Oficiais.
O aspirante a oficial foi visitar uma irmã no Norte de Minas Gerais. Naquela mesma viagem, foi até Brasília.
“Eu fui conhecer a Explanada, fui para Goiânia, segui até Cuiabá, no Mato Grosso do Sul, e em Bonito. Na volta, passei por Cascavel e pelo Rio Grande do Sul para depois voltar para cá”, conta.
No fim de 2007, Pilonetto comprou a Yamaha XT 660 para, em 2008, atravessar o Brasil.
Ao lado de dois amigos, o major passou por 13 estados para realizar um triângulo de 10 mil quilômetros, que partiu de Santa Catarina, passou pelo Pará, foi até o Maranhão e retornou para SC.
As viagens para fora do Brasil
O então capitão Pilonetto fez a primeira viagem internacional para Ushuaia, na Argentina, no fim de 2012.
Com três amigos, ele foi para a Terra do Fogo e percorreu cerca de 10 mil quilômetros. A experiência das viagens longas pediu uma motocicleta maior. Em 2015, o já major comprou a BMW GS Adventure 1200 R.
A BMW levou-o a percorrer mais de 85 mil quilômetros. Pilonetto conta que fez algumas viagens longas e também o projeto Fazedor de Chuva, onde pretende visitar todos os municípios de Santa Catarina pilotando a máquina.
“A Primeira viagem que eu fiz foi com a minha mulher, Patrícia, e outros dois amigos para Buenos Aires e Montevideo. Fui pelo Oeste e retornei pelo litoral do RS. Depois, visitei seis pontos da Cordilheira dos Andes com minha esposa, entre a Argentina e o Chile”, comenta.
Em outra aventura, Pilonetto e a mulher foram para o deserto do Atacama, no Chile.
A turnê seguinte passou pela Argentina, Chile e chegou até a Bolívia, voltando por Assunção, no Paraguai. Cada uma das quatro viagens durou cerca de 10 mil quilômetros.
Na sequência, outra viagem foi feita para o Chile e o Peru, quando voltou pelo Acre e retornou para SC.
“Essas saídas, essas viagens, sempre proporcionam uma recarga das energias para o dia a dia, além da oportunidade de conhecer outras culturas”, garante.
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