Sobrinha fala pela primeira vez sobre tio Paulo: ‘Não percebi que ele estava morto’

Foto: Reprodução

Por: Luan Tamanini

06/05/2024 - 11:05 - Atualizada em: 06/05/2024 - 11:15

Solta pela Justiça na última quinta-feira (2), a sobrinha que levou o tio morto ao banco para sacar um empréstimo de R$ 17 mil falou pela primeira vez sobre o caso em entrevista ao Fantástico, exibido neste domingo (5) na TV Globo.

Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, afirmou que não percebeu que o tio, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava morto. Disse ainda que estava segurando a cabeça do tio “porque ele pediu”.

Durante a entrevista, Erika se defendeu e disse não ser o “monstro” que estão pessoas estão falando.

“Foram dias horríveis longe da minha família”, afirmou. “Vivi momentos da minha vida que não suportava mais. Muito difícil. Foi horrível, eu não percebi que meu tio estava morto”. Na sequência completou: “Eu não sou essa pessoa que estão falando, não sou esse monstro”.

Antes de ir ao banco, Paulo Roberto havia ficado uma semana internado em uma unidade de saúde do Estado. Segundo Erika, os médicos receitaram um remédio de cinco dias após a alta, e não deram recomendações específicas sobre o estado de saúde do tio.

Questionada, Erika afirmou que o tio não estava fraco demais para sair de casa. “Ele me pediu para ir [ao banco]”, respondeu. Disse ainda que tudo correu bem dentro do carro, no trajeto até a agência bancária.

Ela disse ainda que o tio pediu para que ela segurasse a cabeça dele antes de entrar no banco. Por fim, afirmou “não conseguir lembrar de muita coisa” do que aconteceu dentro do banco devido ao uso dos remédios controlados que toma com regularidade.

Denúncia

A sobrinha da vítima foi solta na quinta-feira (2) após passar 16 dias presa. Apesar disso, ela foi denunciada pelo Ministério Público por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver, que é o ato de menosprezar a pessoa morta.

Conforme a denúncia, Erika agiu de forma consciente, voluntária e demonstrou total desprezo e desrespeito por Paulo Roberto.

A denúncia contra a sobrinha já foi aceita pela Justiça. Além disso, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar se ela cometeu homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).

O Ministério Público foi contrário à liberdade provisória da suspeita, mas a juíza Luciana Mocco revogou a prisão temporária dela.

Segundo a juíza, Erika é ré primária, tem residência fixa e que não representa risco para a ordem pública em liberdade. Relatou ainda que ela é portadora de saúde mental debilitada e precisa cuidar da filha menor de idade que tem necessidades especiais.

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