Réu que matou adolescente hemofílico é condenado a 38 anos de prisão em SC

foto: TJSC/Divulgação

Por: Claudio Costa

30/07/2024 - 08:07 - Atualizada em: 30/07/2024 - 08:23

Uma suspeita infundada resultou em um crime brutal em Monte Carlo, no Meio-Oeste, em 30 de abril de 2023.

Naquela madrugada, um adolescente, de 17 anos, teve a vida ceifada após ser ligado erroneamente ao tráfico de drogas.

O fato gerou grande comoção social. Mais de um ano depois, um homem foi julgado e condenado com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

Segundo as investigações, ao deduzir que a vítima pertencia a uma facção criminosa rival, ele ordenou que outros dois adolescentes a conduzissem a uma casa abandonada e a agrediu dentro de um banheiro, causando-lhe vários ferimentos que se agravaram devido à hemofilia, uma doença genética que altera o processo de coagulação do sangue.

Na sequência, o réu mandou que os adolescentes a levassem para um lugar afastado e a matassem.

Horas depois, ele foi até o local conferir se a ordem havia sido cumprida e percebeu que o jovem ainda estava vivo.

Então, consumou o homicídio com golpes de objeto perfurocortante que atingiram a cabeça, o pescoço, o tórax, o abdômen, o braço direito e o dorso do rapaz.

Ele foi denunciado por três crimes distintos: uma tentativa de homicídio, um homicídio e corrupção de menores.

A sessão do Tribunal do Júri aconteceu na última sexta-feira (26), no Fórum de Fraiburgo, sede da comarca.

A promotora de Justiça do MPSC apresentou as provas coletadas pelos órgãos investigativos e desmantelou a tentativa da defesa de minimizar os efeitos do crime.

Os jurados acolheram integralmente a denúncia, e a pena foi fixada em 38 anos e oito meses de reclusão em regime inicial fechado. Após a leitura da sentença, o réu foi reconduzido ao Presídio Regional de Videira para o cumprimento da sentença e não poderá recorrer em liberdade.

Os dois adolescentes envolvidos estão cumprindo medidas socioeducativas.

O réu empregou três qualificadoras no homicídio: o motivo torpe (matou por achar que a vítima pertencia a uma facção criminosa); o meio cruel (provocou sofrimento desnecessário ao desferir golpes com objeto perfurocortante); e recurso que dificultou a defesa (atacou uma pessoa altamente debilitada).

Todas elas foram reconhecidas pelos jurados, o que pesou no cálculo final da pena.

Notícias no celular

Whatsapp

Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.