A Polícia Civil concluiu um inquérito policial que apurou dois incêndios no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça, na Grande Florianópolis. A investigação realizada pela Delegacia de Polícia da Comarca de Palhoça resultou em quatro pessoas indiciadas.
Conforme os policiais, a apuração durou três meses e foi dividida em duas partes. Uma delas apurou o primeiro foco de incêndio, em uma clínica de reabilitação, no bairro Morretes, por volta das 9h do dia 15 de janeiro deste ano.
O caso ocorreu fora dos limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, mas no interior da APA (Área de Preservação Ambiental) Costeira, na Zona de Uso Sustentável Econômico, alastrando-se para a Zona de Proteção Especial.
Os policiais civis apuraram que um interno da clínica, que fazia trabalhos de limpeza do local, colocou fogo em folhas para efetivar a limpeza, e o fogo acabou atingindo e destruindo 68,5 hectares de área.
Segunda etapa
A segunda parte da investigação abrangeu o segundo incêndio, que ocorreu também por volta das 9h, no interior do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, no bairro Maciambú, mas em outro terreno, próximo à rodovia BR-101.
Evidências apontam que o início do incêndio ocorreu no interior de uma área próxima a duas residências.
Neste caso, os policiais civis apuraram que três pessoas atearam o fogo. Elas são o dono de um terreno e dois funcionários dele.

Valor estimado para recuperar a área atingida de R$ 2,2 milhões | Foto: Polícia Civil/Divulgação
Eles limpavam o local e teriam colocado fogo a fim de ampliar o espaço para acomodar animais, o que ficou demonstrado no inquérito policial. O dano causado neste segundo foco de incêndio foi de 128,9 hectares de vegetação destruída.
Com tal conduta, os indiciados causaram dano à Unidade de Conservação, compreendida como o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, fazendo com que atingisse a APA Costeira na Zona de Uso Sustentável Industrial.
“Foram tomados 15 depoimentos de pessoas a respeito dos fatos, sendo policiais militares, bombeiros e moradores. Reunimos laudos, fizemos reconhecimento fotográfico e colhemos provas técnicas para chegarmos a um conjunto probatório de que houve dolo nestes incêndios”, destacou a delegada responsável pela investigação, Carolina Quintana Guedes.
Danos
Conforme os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP), a área total atingida pelos incêndios chega a 197,5 hectares e o valor estimado para recuperá-la seria estimado em R$ 2,2 milhões.
No segundo incêndio naquele dia, a BR-101 chegou a ser interditada em razão da fumaça que se alastrou pela região.
De acordo com a investigação, os danos na vegetação foram agravados em virtude do clima seco e do forte vento, que potencializou a dispersão das chamas.
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