Protótipo Alpha busca colaboração no combate à violência contra a mulher em SC

Foto: PM/Divulgação

Por: Claudio Costa

11/10/2024 - 05:10 - Atualizada em: 11/10/2024 - 05:59

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No Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, 10 de outubro, as atenções se voltam para os desafios diários enfrentados por mulheres em situação de vulnerabilidade em todo o Brasil. Em Santa Catarina, o trabalho realizado pelo projeto piloto Protótipo Alpha PMSC Ordem Pública 5.0 envolve desde o início do ano diversas entidades e forças de segurança e tem se destacado como uma importante iniciativa na busca pela transformação social e combate à violência doméstica e letal no estado.

O comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel, Marcos Paulo Rangel, coordenador do Protótipo Alpha, reforça a necessidade de uma atuação conjunta de toda a sociedade para enfrentar o problema que é crônico. “A violência contra a mulher é uma questão que vai além da esfera policial. É preciso união entre a sociedade, as forças de segurança, entidades sociais e as próprias pessoas. Mais do que combater o crime, precisamos ouvir, identificar as causas e buscar soluções que sejam eficientes e duradouras”, afirma.

A iniciativa da PMSC, em parceria com a Facisc, busca atuar diretamente na ordem pública e no bem-estar das pessoas, para isso tem implementado diversas ações por meio de câmaras técnicas (CTs) espalhadas nos cinco municípios que fazem parte do projeto piloto e estão localizados na mesorregião serrana do estado: Bom Jardim da Serra, Curitibanos, Lages, São Joaquim e Urubici. A ideia é que esses grupos compostos por voluntários especialistas desenvolvam estratégias que não só combatam a violência, mas que promovam a segurança de forma sustentável.

O trabalho das CTs têm mostrado que, com planejamento e inovação, é possível enfrentar essa realidade, por meio de uma abordagem multidisciplinar que envolve debates sobre o tema, buscando soluções duradouras e transformadoras. As equipes têm atuado no desenvolvimento de campanhas de conscientização e educação para sensibilizar a sociedade sobre a importância de discutir a violência de forma responsável e sem preconceitos, ampliando o entendimento coletivo sobre o problema. Além disso, na reeducação dos agressores, promovendo programas que buscam alterar o comportamento violento e prevenir reincidências, uma iniciativa essencial para quebrar o ciclo de violência.

Outro foco importante do trabalho das câmaras técnicas é a integração das forças de segurança e a criação de uma base de dados unificada e informatizada, o que facilita o acompanhamento dos casos e melhora a articulação entre diferentes instituições, como as polícias Militar e Civil, o Ministério Público e organizações sociais. Essas iniciativas visam garantir que todas as frentes atuem de forma coordenada e eficaz no combate à violência doméstica.

Ao promover o diálogo entre especialistas de diversas áreas, o Protótipo Alpha está construindo uma rede mais forte de proteção e fortalecendo políticas públicas que vão além das respostas emergenciais, mas soluções duradouras que possam, de fato, transformar a realidade das vítimas. “Combater a violência doméstica não é responsabilidade de um só grupo. Todos nós temos um papel a desempenhar. A união entre todas as partes envolvidas – sociedade, forças de segurança, organizações e entidades – é o que fortalece essa rede de combate à violência. Só assim vamos contribuir para a melhora das realidades e proteger as mulheres de forma efetiva”, destaca a supervisora de campo do projeto pela Facisc, Caroline Cruz.

As redes de prevenção ligadas à PMSC estão mais fortalecidas também. A Rede Catarina de Proteção à Mulher é um exemplo desse esforço coletivo, com ampliação do atendimento a mulheres com medidas protetivas, oferecendo segurança, acolhimento e um acompanhamento mais próximo.

Foto: PM/Divulgação

Uma das principais inovações é o Botão do Pânico, uma tecnologia integrada ao trabalho da PMSC que possibilita às mulheres com medida protetiva em situação de risco acionarem ajuda de forma imediata. “O botão do pânico é uma resposta rápida e efetiva em casos de urgência, uma ferramenta que se soma às medidas protetivas e fortalece a rede de proteção à mulher. A tecnologia é importante, mas ela só funciona se houver uma rede forte e unida, pronta para agir de maneira eficaz”, alerta o comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel, Marcos Paulo Rangel.

Para o comandante, o combate à violência, exige acima de tudo, um debate sério e responsável. “Estamos falando de salvar vidas, de garantir que essas mulheres possam viver sem medo. Por meio de iniciativas como o Botão do Pânico, a Rede Catarina de Proteção à Mulher e o efetivo trabalho das câmaras técnicas do Protótipo Alpha, Santa Catarina avança no enfrentamento à violência doméstica, mostrando que a união de esforços é o caminho mais eficaz para a construção de um futuro mais seguro e igualitário”, salienta.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.