O promotor de Justiça, Jadson Javel Teixeira, da 4ª Promotoria da Comarca de Criciúma, manifestou-se, nesta sexta-feira, sobre o procedimento preparatório instaurado para apurar a atuação das instituições de segurança pública no assalto à tesouraria regional do Banco do Brasil, crime que sitiou a cidade na última semana.
Apesar de o documento, publicado inclusive no Diário Oficial do Ministério Público, o qual o mesmo pede para torná-lo público, afirmar que o objetivo é apurar “ação ou possível omissão”, o promotor informou que este não é o principal intuito e, como atuante no Controle Externo da Atividade Policial e na Tutela Difusa da Segurança Pública, sentiu-se pressionado e na obrigação de apurar, documentalmente, o ocorrido, considerado a maior ação criminosa de Santa Catarina.
Ele afirma que é parceiro das polícias, Civil e Militar, e que o procedimento foi instaurado visando buscar soluções para que o fato não ocorra novamente em Criciúma, como também em outros municípios do estado.
“Esse é o momento para fortalecemos a Polícia Civil, a Polícia Militar, buscarmos as falhas ou deficiências, seja de armamento, de cursos, de estrutura de equipamentos, o que for, para buscar nesse momento, juntos a emendas parlamentares, ao secretário de segurança pública, ao governador, soluções”, justificou.
O órgão do Ministério Público (MP) expediu ofício à Delegacia Regional de Polícia Civil e ao 9º Batalhão de Polícia Militar, para que, no prazo de 15 dias, esclarecimentos sejam apresentados, assim como à Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina.
“E por isso busco as respostas através do ofício encaminhado para que tenhamos em mãos aquilo que realmente está deficitário, seja armamento, ou a sua quantidade, munição, coletes, equipamentos, carros blindados, o que for, e a Polícia Civil também, no que estiver precisando para que aí sim, eu como promotor, cobrar isso a quem é de direito e a gente fazer com que a nossa polícia esteja sempre acima do necessário para combater esses criminosos e para que não ocorra novamente na nossa comarca, em Criciúma, ou em outro município do estado, uma situação como essa. Lamentavelmente, os criminosos estão cada vez mais organizados e audaciosos”, caracterizou o promotor.
Não confronto
Em entrevista coletiva à imprensa na tarde de quarta-feira, na sede do 9º Batalhão de Polícia Militar de Criciúma, toda cúpula de segurança pública, e demais autoridades, dentre elas o prefeito Clésio Salvaro e o governador Carlos Moisés, foram unânimes, e enfáticos, em dizer que não houve confronto para preservar vidas, haja vista um policial já de início ferido, a tomada de reféns, a área sitiada, dentre outras gravidades, aliados a capacidade de fogo do bando, poder bélico e uso de explosivos pela quadrilha, composta por, ao menos, 30 assaltantes.
Até o momento, 14 suspeitos foram detidos, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, inclusive faccionados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), e pouco mais de R$ 1 milhão, de cerca de R$ 80 milhões roubados, foi recuperado.
A investigação, encabeçada pelo delegado Anselmo Cruz, da Divisão de Roubos e Antissequestros (Dras) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) catarinense, integrada com diversos órgãos, inclusive da esfera federal, e com o próprio MP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), segue em sigilo e outros detalhes não foram repassados para não atrapalhar os trabalhos.
Confira o teor do procedimento preparatório
Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito:
Telegram Jaraguá do Sul