Preso com tuberculose fica duas semanas com detentos saudáveis em delegacia do Planalto Norte

Por: Windson Prado

13/02/2018 - 19:02 - Atualizada em: 14/02/2018 - 17:29

O caso de um preso com tuberculose que ficou por mais de duas semanas em contato com outros detentos e agentes da Polícia Civil de São Bento do Sul, reacende uma antiga preocupação do sistema prisional, detentos e da Justiça: o surto da doença no cárcere. O fato aconteceu nesta semana, no município do Planalto Norte.

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Após ser preso preventivamente por furto qualificado o suspeito acabou ficando doente na delegacia de São Bento do Sul. Como não havia vagas disponíveis para que ele fosse transferido ao Presídio Regional de Mafra, Jaraguá do Sul ou Joinville, o homem doente teve que ficar na delegacia, trancado em uma cela com pelo menos outros cinco presos, até então saudáveis.

De acordo com o delegado José Sérgio Aparecido Castilho, a situação foi resolvida nesta segunda-feira (12), depois de uma medida cautelar da Justiça de São Bento do Sul, que ordenou que o preso fosse transferido para uma unidade hospitalar. A decisão judicial orienta que o preso utilize tornozeleira eletrônica durante o tratamento.

Em Joinville situação esta sob controle, afirma juiz corregedor

Em Joinville, a preocupação com surtos da doença, principalmente no Presídio Regional, é frequente. A equipe de reportagem do Jornal de Joinville tentou contato com a direção da unidade, para saber quantos presos nesta condição estão na cadeia, mas os responsáveis não foram encontrados.

Para o juiz corregedor do Presídio Regional de Joinville, João Marcos Buch, a situação referente a tuberculose nas cadeias da cidade está sendo monitorada, e sob controle. “Mas é fato que em todo o sistema catarinense e nacional, a tuberculose não é rara. Frequentemente há surtos e isso é o reflexo de como as pessoas presas ainda não se livraram do flagelo dessa doença”, disse o magistrado à reportagem do Jornal de Joinville, nesta terça-feira (13).

Ele complementa dizendo que durante suas rotinas de inspeção às cadeias, sempre escuta dos profissionais da saúde que, estes surtos acontecem em razão das condições de insalubridade do lugar. “A insalubridade aliada ao confinamento, em celas superlotadas, sem sol nem ventilação, fazem com que a imunidade dos presos caia, o que facilita a infecção. Isto é o que os profissionais da saúde me explicaram”, expressa João Marcos Buch.

Saiba mais: | Tuberculose

É uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, que ataca preferencialmente o pulmão. A doença também acomete outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges. Os principais sintomas são: tosse e escarro por mais de três semanas; falta de apetite; emagrecimento; dor no peito; suores noturnos; cansaço fácil e febre baixa no final da tarde.

A tuberculose é transmitida pelo ar, por meio de tosse e espirro. A convivência com doentes de tuberculose em ambientes fechados e com pouca ventilação favorece a transmissão da doença. É uma doença que tem cura, desde que o tratamento seja feito até o fim. O exame e o tratamento estão disponíveis nas unidades de saúde.

Fonte: Dive/SC