O Presídio Regional de Jaraguá do Sul vai ganhar uma nova cozinha. Após a demolição da antiga, uma nova estrutura passou a ser construída do zero.
O novo prédio, de 360 metros quadrados, tem investimento de R$ 690 mil, provenientes do fundo gerido pelo Conselho Comunitário Penitenciário.
O projeto tocado pela Cubica Construções vai atender às normas sanitárias para o preparo adequado dos alimentos.
De acordo com o diretor do presídio, Cristiano Castoldi, a construção de uma nova cozinha foi necessária para atender o aumento da demanda causado pela construção da nova ala da unidade.
Cerca de 1.800 refeições são produzidas diariamente para suprir a alimentação dos detentos e dos funcionários. Por enquanto, uma empresa terceirizada contratada pelo Estado através de licitação fornece as refeições.
A estrutura anterior foi construída para alimentar 75 homens. Hoje, o Presídio Regional de Jaraguá do Sul conta com um universo de 567 presos.
“Nós tínhamos problemas com a vigilância sanitária e, antes que houvesse uma interdição ou alguma medida mais drástica, a gente, através do apoio do Conselho de Segurança, decidiu elaborar esse projeto”, destaca o diretor do presídio.
Detentos cozinheiros
A preparação de alimentos dentro do presídio dá mais segurança para a unidade, pois há menos pessoas entrando no presídio. Além disso, a comida é preparada pelos próprios presidiários.
O local tinha diversos “puxadinhos” e os presos que trabalhavam na cozinha dormiam em um alojamento anexo onde eram preparados os alimentos.
Agora, o dormitório e outros dez ambientes, incluindo duas câmaras frias, estão sendo construídos. A estrutura que será entregue até o final de maio vai contar com coifas, instalações de gás, além de salas projetadas para a lavagem dos alimentos e corte das carnes, com balcões de inox.
Ao todo, 20 presos, estão qualificados para a preparação de alimentos através de um curso do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Os cozinheiros são escolhidos pelo perfil de comportamento e são supervisionados por uma nutricionista. “Eles preparam as refeições para eles próprios, para os presos e também para os funcionários”, comenta Castoldi.
Dinheiro nas mãos do Estado
Grande parte do dinheiro do fundo rotativo que financiou a construção da cozinha não está mais nas mãos do Conselho Comunitário Penitenciário.
De acordo com a presidente do conselho, a assistente social Josiane Gonzaga dos Santos, isso acontece desde 2017, quando o Estado e empresas que utilizam mão-de-obra dos presos assinaram um contrato.
Antes da determinação feita pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, 25% do pagamento dos presos ficavam no fundo, que financia obras e a manutenção da estrutura do presídio e outras melhorias.
Mas, apesar disso, a entidade ainda conta com dinheiro de fianças arbitradas pela Vara Criminal da Comarca de Jaraguá do Sul.
Em 2018, o conselho financiou a instalação da biometria para o ponto dos funcionários do presídio, além da instalação de nobreak para as constantes quedas de energia no Jaraguá 84 e cobertura para a entrada da casa de visitas.
“Todo o nosso trabalho é feito de forma voluntária e nosso conselho é um dos mais atuantes da região. Nós fazemos as intervenções e temos ótimos projetos, mas nós podemos ir até um certo ponto, porque depois não depende de nós”, explica Josiane.
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