A Polícia Civil e a inteligência da Polícia Militar conseguiram identificar o veículo que estava seguindo o caminhão da coleta terceirizada incendiado na terça-feira (12). De acordo com a investigação, o carro foi alugado em nome do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de Florianópolis, Sintrasem, em uma locadora no Centro da cidade. Quem alugou foi uma das diretoras.
A investigação colheu imagens de câmeras para identificar a placa do veículo. Depois, através de GPS do próprio carro, foi possível verificar que o veículo fez o mesmo trajeto do caminhão incendiado e estava no mesmo local na hora do crime. A investigação, agora, busca verificar se os mesmos sindicalistas que pegaram o carro na locadora estavam no veículo no momento do atentado.
O incêndio ao caminhão de coleta de lixo da empresa terceirizada que trabalha em Florianópolis aconteceu no início da semana. Pessoas encapuzadas renderam os trabalhadores da coleta, expulsaram do veículo e atearam fogo no caminhão. “Seja quem for, precisa estar preso. Foi um ato de terrorismo contra trabalhadores. Se for comprovado a autoria do Sindicato, nós vamos até as últimas consequências”, disse o prefeito Topázio Neto.
Em nota, o Sintrasem repudia as acusações da prefeitura, diz que foi surpreendido com a informação e garante que os integrantes de sua diretoria foram para suas casas após as mobilizações ocorridas na terça-feira. Confira a nota:
“Os trabalhadores da Comcap estão sendo atacados com uma proposta que retira seus direitos econômicos e sociais, reduzindo seus salários. Seus postos de trabalho e seus empregos estão ameaçados com a politica de terceirização da limpeza pública de Florianópolis.
Os trabalhadores da Prefeitura de Florianópolis, após entregarem sua pauta de reivindicações para a data-base de 2024, e depois de várias rodadas de negociação, até o momento não tem uma resposta à sua pauta.
Fomos surpreendidos com um vídeo do prefeito Topázio, replicado pela mídia, que tenta nos conectar ao fato ocorrido no Norte da Ilha, com a queima de um caminhão de empresa terceirizada.
Nossas atividades e as deliberações de nossas ações são públicas, acompanhadas pela imprensa e monitoradas pela Guarda Municipal de Florianópolis.
Na noite de terça, após o encerramento das atividades sindicais, as diretoras e diretores do Sintrasem se dirigiram às suas casas, ao encontro de suas famílias.
Nenhum membro da direção do sindicato está envolvido no referido fato, e acreditamos que nenhum trabalhador esteja envolvido, porque não é essa a nossa cultura de mais de 35 anos de existência em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora; e assim continuaremos a nossa luta e a nossa história.”