Prefeito de Barra Velha e outras sete pessoas se tornam réus por corrupção

Foto: Redes sociais

Por: Luan Tamanini

03/05/2024 - 13:05 - Atualizada em: 03/05/2024 - 13:21

Os oito presos na Operação Travessia, que investiga o crime de corrupção em Barra Velha, se tornaram réus da Justiça nesta quinta-feira (2). Entre eles está o prefeito do município, Douglas Elias da Costa (PL).

A operação foi realizada em janeiro de 2024. Além do prefeito, também foram presos na operação dois secretários municipais, o diretor de patrimônio do município, um engenheiro civil e três empresários. Eles responderão pelos crimes de organização criminosa, fraude a licitação, peculato e lavagem de dinheiro.

Em sua decisão, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) manteve sete dos oito réus presos preventivamente. A exceção foi o engenheiro civil, que teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares.

A decisão

O julgamento foi iniciado com sustentação oral feita pelo Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPSC, Durval da Silva Amorim, em sessão realizada no dia 26 de abril, interrompido pelo pedido de vista.

Após o voto do Desembargador Relator pelo atendimento dos pedidos formulados pelo Ministério Público (exceto quanto a uma das fraudes a licitação, em relação a qual houve absolvição sumária) e manutenção das prisões de todos, os demais Desembargadores votaram no mesmo sentido do recebimento da denúncia e o julgamento foi interrompido pelo pedido de vista acerca das prisões preventivas.

Retomado o julgamento, a denúncia foi recebida nos termos do voto do relator, mantidas sete das oito prisões preventivas outrora decretadas, com a conclusão do julgamento na sessão desta quinta-feira (2).

Operação Travessia

Os fatos foram investigados em procedimento investigatório criminal instaurado em fevereiro de 2023 pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Barra Velha, posteriormente encaminhado para a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, contando com o apoio do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO).

A investigação culminou na Operação Travessia, deflagrada pelo GAECO e pelo GEAC para o cumprimento de oito mandados de prisão e 22 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

As provas obtidas pelo Ministério Público apontaram uma série de crimes que teriam sido praticados na construção de uma ponte sobre o rio Itajuba. Cada denunciado teria participado ativamente da organização criminosa comandada pelo prefeito, superior hierárquico dos servidores e responsável pela nomeação dos ocupantes de cargos comissionados, entre eles dois Secretários Municipais.

Dos 57 supostos crimes denunciados pelo Ministério Público, a ação não foi recebida em relação a apenas um deles. Assim, os denunciados se tornaram réus, de acordo com a participação de cada um, por 56 supostos crimes: uma fraude a licitação; 11 pagamentos irregulares em contrato administrativo; quatro fraudes na execução de contrato, pelo recebimento de materiais e serviços em quantidade ou qualidade inferior à contratada; uso de maquinário e serviço público por particular; 10 desvios de bens e renda pública; e 27 vezes o crime de lavagem de dinheiro.

Na ação penal, o Ministério Público requer, além da devolução de R$ 1.907.742,66 – cálculo do suposto dano material -, o pagamento da quantia de R$ 500 mil a título de danos morais causados à população do município de Barra Velha, decorrentes da violação do direito difuso à probidade administrativa.

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