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Policiais representam Jaraguá do Sul em evento de jiu-jitsu para operadores de segurança pública

Foto: Fábio Junkes/OCP News

Por: Claudio Costa

23/11/2022 - 10:11 - Atualizada em: 23/11/2022 - 13:21

Três policiais vão representar Jaraguá do Sul em uma competição de jiu-jitsu exclusiva para operadores de segurança pública e militares das forças armadas. A terceira edição do Combate Tático Brasil ocorre no próximo sábado (26), em Balneário Camboriú.

O evento esportivo é uma das atrações da Texas Expo Tiro, a maior feira do segmento na América Latina, realizada no Centro de Eventos de Balneário Camboriú. O Combate Tático Brasil também terá transmissão ao vivo no formato pay-per-view.

O agente de Polícia Civil Gilvan Flores Ayroso, de 37 anos; o cabo da Polícia Militar, Juliano Andrade da Rosa, de 39; e o policial penal Franklin Meten, de 36; serão os representantes jaraguaenses. Ao todo, a disputa reúne 40 atletas de oito estados da federação.

Gilvan destaca que a competição foi criada pelo ex-lutador de MMA e lutador jiu-jitsu Juliano Ninja. O policial civil, faixa preta, participou da primeira edição do evento, o militar, faixa marrom, da segunda. Neste ano, a estreia fica por conta do policial penal, faixa preta.

“Quando eu comecei a treinar jiu-jitsu, em 2004, o Juliano Ninja foi o meu primeiro professor. A gente perdeu o contato, mas ele foi morar na região de Balneário Camboriú e surgiu a ideia de organizar esse evento. Ele treinava com um policial civil na academia. Ao lembrar do meu nome, ele me convidou para a primeira edição”, frisa Gilvan.

Juliano lembra que foi pego de surpresa ao ser convidado para participar da segunda edição do evento. Ele recorda que substituiu um atleta que se machucou há três dias da data e aceitou o convite mesmo sem uma preparação antecipada.

“Eu fiz uma luta casada com um policial da Core [Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil de SC], faixa preta e um verdadeiro monstro. Foi uma oportunidade fenomenal, pois o Ninja quer disseminar a prática da luta dentro das forças policiais. Como eu já tinha participado do segundo evento, o Juliano Ninja me convidou para essa edição”, afirma o policial militar.

Franklin diz que está com uma grande expectativa para participar do Combate Tático Brasil. Ele afirma que compete desde quando era faixa branca, mas acredita que essa competição é diferente justamente porque os competidores são policiais.

“Essa competição sai da realidade do esporte para o nosso dia a dia de trabalho. Eu não sou de Jaraguá do Sul, mas alguns amigos comentaram sobre evento assim que eu cheguei aqui. O Gilvan me indicou, fiz uma entrevista e fui convidado para participar”, destaca.

Arte marcial na polícia

De acordo com agente de Polícia Civil Gilvan Flores Ayroso, saber lutar jiu-jitsu é tão importante quanto usar uma arma. Ele ressalta que em Jaraguá do Sul, por exemplo, é mais fácil entrar em luta corporal com um criminoso do que fazer um disparo de arma de fogo.

“Hoje, o jiu-jitsu é fundamental para a atividade do policial. Em todas as situações em que eu tive que usar o jiu-jitsu contra algum agressor durante alguma ação, tive 100% de sucesso”, destaca o policial civil.

Juliano Andrade da Rosa é um dos integrantes do PPT (Pelotão de Patrulhamento Tático) do 14º Batalhão de Polícia Militar. Segundo ele, o uso progressivo da força é um dos pilares do trabalho dos policiais militares. Para o PM, todos os colegas deveriam treinar alguma arte marcial.

Foto: Fábio Junkes/OCP News

“Quando há um agressão letal, você usa uma força letal. Quando há uma força física, você vai usar uma força física. O operador de segurança pública precisa estar preparado para conter o agressor. Já houve casos em que o agressor tomou a arma do policial. Todo operador de segurança pública precisa ter uma base de alguma luta, seja jiu-jitsu ou outra . Em Jaraguá do Sul, tem muita gente fazendo luta e nem sempre são pessoas de bem”, pondera.

Um dos responsáveis pela guarda de criminosos no Presídio Regional de Jaraguá do Sul, Franklin Meten afirma que os policiais penais têm contato direto com os presidiários. Ele destaca que o uso da força letal dificilmente é justificado e a maior parte dos procedimentos é feito com armamento não letal.

“Em alguns casos, a gente joga o gás no preso e ele não para. Então, a gente tem que abraçar. Eu já vi situações em que foram necessários seis operadores para conseguir segurar um presidiário. Nenhum deles tinha o jiu-jitsu. É necessário que o policial tenha uma noção para a hora de conter e também na hora de conduzir o preso”, reitera.

Apoio do comando e da comunidade

Em Jaraguá do Sul, os três policiais afirmam que recebem incentivo do comando das polícias Civil, Militar e Penal para praticar o jiu-jitsu. Além disso, há o envolvimento da sociedade no fomento do esporte entre os operadores de segurança pública.

Foto: Fábio Junkes/OCP News

A Associação Amigos da Segurança Pública de Jaraguá do Sul e Região investiu em estrutura para a prática do jiu-jitsu. Os recursos captados pela entidade financiaram a instalação de tatames no 14º Batalhão, na DIC (Divisão de Investigação Criminal) e no Presídio Regional de Jaraguá do Sul.

“Além dos tatames, a associação comprou quimonos e roupas de treino. Isso tudo para incentivar o policial, para que ele não tenha custo nenhum para praticar a atividade física. O Fraklin é faixa preta e dá aulas no presídio e eu sou faixa preta e dou aulas na DIC. Na Polícia Militar, há policiais militares que dão aulas no batalhão”, finaliza Gilvan.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital, em inteligência artificial e pós-graduando em gestão de equipes.