A travesti Luana Rabelo, conhecida como Mulher-Gato, foi presa por roubo. Com a prisão de Luana, a polícia acredita que conseguirá mais informações sobre os traficantes do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Ela afirmou à polícia que é amante de chefes da região.
De acordo com o delegado Marcus Vinícius Amin, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, a polícia estava monitorando Luana Rabelo para cumprir um mandado de prisão contra ela por roubo.
Para o delegado, as informações que estão no celular dela podem ajudar no inquérito sobre o tráfico de drogas da Maré. A informação foi inicialmente publicada pelo jornal “O Dia” e confirmada pelo g1.
“A gente estava monitorando porque ela vive fora da favela e a fim de tentar apreender os celulares, alguma coisa que ela tenha para acrescentar na investigação”, disse o delegado.
Bailes na Maré
Segundo a polícia, a Mulher-Gato é muito famosa e figura conhecida no Baile da Disney no Complexo da Maré. Está é uma das regiões dominadas por traficantes que são do Terceiro Comando.
Há pouco tempo, Luana começou a ser monitorada após comentários da mulher de um traficante da região, que a ameaçou depois de descobrir uma traição do marido.

Foto: Reprodução
Registros policiais da Mulher-Gato
De acordo com informações publicadas pelo site do g1 em março desse ano, um policial militar foi vítima de um golpe que teria sido praticado pela Mulher-Gato e uma outra amiga.
De acordo com a PM, o agente passava pela Rua Otacílio Novais quando viu duas mulheres pedindo carona. O agente resolveu dar carona e após 20 metros, a mulher que estava no banco traseiro colocou uma faca no pescoço da vítima enquanto a outra retirava a pistola calibre .40 que pertence à Polícia Militar do Rio de Janeiro e os objetos pessoais.
Na delegacia, o policial conseguiu identificar uma das envolvidas no roubo, outra travesti. O golpe foi registrado na 32ª DP (Taquara).
Outro caso envolvendo a mulher gato aconteceu em maio de 2017. No dia 29 um entregador foi até a rua Pinhará, em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, para entregar um aplique de cabelo. Quando ele chegou no endereço, que estava no nome de batismo de Luana Rabelo, o entregador foi abordado por um homem armado, que ordenou que entregasse a moto e seus pertences. O homem armado é, segundo o registro de ocorrência, irmão gêmeo de Luana. O caso foi registrado na 40ª DP (Honório Gurgel).
No dia 2 de abril de 2018, Luana e outra travesti foram levadas à 5ª DP (Centro) por agentes do Lapa Presente. Com as duas travestis foram apreendidos dois estiletes de 10 centímetros, utilizados para cometer assaltos, de acordo com as denúncias recebidas.
Já em maio de 2019, um homem marcou com um cliente para entregar um celular que havia sido deixado no conserto. O local combinado foi na Avenida Brasil. Conforme o depoimento, Luana entrou no carro e perguntou onde estava o celular. Outra pessoa também entrou no carro, e a travesti disse ao motorista que ele deveria ir até a vila onde morava para pegar o dinheiro para pagar.
Quando saíam de carro, um outro veículo estacionou em frente ao veículo do homem, e criminosos saíram e colocaram um saco preto na cabeça da vítima.
Segundo o depoimento do homem, ele foi levado para uma comunidade, onde ficou em um quarto amarrado. Exigiram-lhe as senhas e os cartões a base de tortura. O homem só foi liberado às 3h do dia seguinte. O caso foi investigado pela 34ª DP (Bangu).
Em dezembro do mesmo ano, duas mulheres fizeram um registro de roubo de celulares na 37ª DP (Ilha do Governador) depois de terem sido abordadas por três travestis, entre elas Luana Rabelo.
Entre os anos de 2020 e 2021, vários registros de ocorrência foram feitos na delegacia da Ilha do Governador, na 38ª DP (Brás de Pina) e na 16ª DP (Barra da Tijuca) com o mesmo modo de operação: Luana se aproximava das vítimas, fazendo algum comentário engraçado ou elogioso, e se aproveitava da distração delas para roubar o celular.