A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou os pais de Kerrolyn Ferreira,
de 9 anos.
A menina foi encontrada morta em um contêiner de lixo em Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, em agosto.
A garota era conhecida na vizinhança por sua busca constante por comida e por pedir abraços aos moradores.
“Ela às vezes vinha aqui pedir pão, e eu acabava dando biscoito pra ela”, relembra a aposentada Iolanda Rodrigues, vizinha da menina.
A mãe de Kerrolyn, Carla de Souza, chegou a ser presa logo após a descoberta do corpo, mas foi solta no último sábado (7).
De acordo com a perícia, o corpo da menina não apresentava sinais de violência, mas havia presença de clonazepam, um sedativo.
Carla admitiu à polícia ter dado a medicação à filha naquela noite, mas afirmou que, horas depois, Kerrolyn foi vista andando sozinha pela rua.
O delegado Nedson Ramos de Oliveira explicou que a morte da menina foi causada por uma combinação de fatores.
“Ela ingeriu clonazepam, entrou no contêiner, desmaiou e ficou numa posição em que a respiração foi prejudicada. O corpo pressionava o pescoço e a região torácica. Além disso, aquela foi uma das noites mais frias do ano”, detalhou o delegado.
A mãe foi indiciada por maus-tratos, resultando em morte, além de violência psicológica. A advogada de Carla, Thais Constantin, defendeu que sua cliente não teve envolvimento direto na morte da filha e destacou que o indiciamento por maus-tratos reforça a linha de defesa de que Carla é inocente.
O pai de Kerrolyn, Matheus Ferreira, que mora em Santa Catarina, também foi indiciado.
Ele é suspeito de abandono material e violência psicológica. A defesa de Matheus afirmou que provará que ele sempre foi um pai amoroso.