Polícia Federal explica como foi feita a contratação de helicóptero sequestrado

Por: OCP News Jaraguá do Sul

09/03/2018 - 16:03 - Atualizada em: 10/03/2018 - 09:12

A Policia Federal assumiu as investigações da queda do helicóptero sequestrado em Joinville, nesta sexta-feira (9). Durante a tarde, a PF divulgou uma nota dando mais detalhes sobre como aconteceu a contratação da viagem em que a aeronave foi sequestrada. Segundo informações repassadas pelos funcionários da empresa Avalon Táxi Aéreo, dona do helicóptero, dois homens contrataram um voo de 50 minutos com destino a Joinville na véspera do acidente ocorrido na tarde de quinta-feira (8).

SAIBA MAIS:

– Câmera filma momento da queda de helicóptero sequestrado em Joinville 

Segundo o documento enviado para a imprensa, helicóptero que caiu no bairro Paranaguamirim, na zona Sul de Joinville, presta serviço de voos panorâmicos na região do Parque Beto Carrero World, em Penha. De acordo com a PF, os dois homens pagaram R$ 3.100 em dinheiro para realizar o voo. A desculpa utilizada pela dupla era de que eles precisavam sobrevoar uma propriedade e retornar para a cidade litorânea.  Antônio Mário Franco Aguiar, 56 anos, o piloto, Bruno Siqueira, ajudante de hangar, e um dos suspeitos de sequestro, ainda não identificado, morreram no acidente. O outro suspeito de tomar o avião, Daniel da Silva, está internado no Hospital Municipal São José sob forte esquema policial.

“As informações iniciais revelam que a aeronave perdeu altitude repentinamente e caiu próximo ao local de uma barreira policial que era realizada no bairro. Imediatamente, policiais militares que atuavam na barreira correram para o ponto da queda e, ao chegarem, observaram dois transeuntes que haviam acabado de retirar do interior da aeronave um homem com vida. Logo em seguida, a aeronave explodiu e incendiou completamente, tendo sido localizadas duas armas de fogo, uma entre os destroços e outra nas proximidades, explica a nota, ao ressaltar que a investigação está sendo feita pela Polícia Federal porque crimes em aeronaves são federais.

 

Confira a nota na íntegra:

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA QUEDA DE HELICÓPTERO EM JOINVILLE/SC

 

Joinville/SC – Por volta das 16 horas de ontem, 08/03/2018, um helicóptero da marca Bell, modelo 206B Jet Ranger III, fabricado em 2010, da empresa AVALON Táxi Aéreo, caiu no bairro Paranaguamirim, em Joinville, com 04 (quatro) pessoas a bordo, três das quais não sobreviveram. Dentre os mortos, já foram identificados o piloto ANTÔNIO MÁRIO FRANCO AGUIAR, 56 anos, e o auxiliar de serviços BRUNO SIQUEIRA, de 21 anos, ainda não tendo sido confirmada a identidade do terceiro indivíduo.

As informações iniciais revelam que a aeronave perdeu altitude repentinamente e caiu próximo ao local de uma barreira policial que era realizada no bairro. Imediatamente, policiais militares que atuavam na barreira correram para o ponto da queda e, ao chegarem, observaram dois transeuntes que haviam acabado de retirar do interior da aeronave um homem com vida. Logo em seguida, a aeronave explodiu e incendiou completamente, tendo sido localizadas duas armas de fogo, uma entre os destroços e outra nas proximidades.

A Polícia Federal assumiu o caso devido ao fato de se tratar de crime cometido a bordo de aeronave em voo, de competência federal, a qual teria sido desviada de sua rota intencionalmente, tendo o piloto disparado o alerta característico de sequestro à base de comunicações respectiva (torre de comando).

Ante os indícios de atividade criminosa inicialmente observados, o indivíduo sobrevivente, de 18 anos de idade, natural de Joinville/SC, com antecedentes policiais, que se encontra internado em estabelecimento hospitalar sob forte escolta policial, teve contra si lavrado um auto de prisão em flagrante pela prática dos crimes de exposição de aeronave a perigo, agravado pela queda e ocorrência de mortes (art. 261, §1º, c/c art. 263, ambos do Código Penal), e de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art.16 da Lei n.10.826/2003), cujas penas máximas somadas podem chegar a 30 anos de prisão, sendo que tais tipificações legais podem vir a ser complementadas durante o curso do inquérito policial instaurado para completa elucidação do caso (IPL nº 0063/2018 da Delegacia de Polícia Federal em Joinville/SC).

O local permanece completamente isolado para perícia, que será realizada na manhã de hoje, 09/03/2018, por peritos da PF, IGP e CENIPA.

A empresa AVALON Táxi Aéreo presta serviços de fretamento para voos panorâmicos na região do Parque Beto Carrero World. De acordo com informações prestadas por funcionários da empresa, na véspera do acidente, dois indivíduos haviam contratado um vôo de 50 (cinquenta) minutos, cujo plano era decolar de Penha, sobrevoar uma área que seria de propriedade deles em Joinville e retornar para Penha. Ainda de acordo com a empresa, o valor do voo foi de R$ 3.100,00 (três mil e cem reais), pagos em espécie.

Vale ressaltar que se trata de um trabalho meticuloso, que está sendo feito pela Polícia Federal com integração e apoio das forças de segurança estaduais, Polícia Civil e Polícia Militar, com constante troca de informações relativas à investigação entre PF e PC, sendo que, quanto à motivação da ação delituosa, apesar de já existirem fortes indicativos, somente será divulgada com o aprofundamento da apuração.

Comunicação Social da Polícia Federal em Santa Catarina”