Polícia Civil investiga esquema de desvio e venda de medidores da Celesc

Segundo Mioto, investigação começou após identificação das irregularidades pela Celesc | Foto Fábio Junkes/OCP News

Por: Claudio Costa

22/03/2019 - 09:03 - Atualizada em: 22/03/2019 - 11:17

A Divisão de Furtos e Roubos (DFR) da Delegacia da Comarca de Jaraguá do Sul investiga um esquema de fornecimento ilegal de medidores de energia da Celesc.

Na investigação, um funcionário da empresa foi flagrado com dois equipamentos da empresa que foram desviados do almoxarifado da distribuidora de energia elétrica.

O comércio ilegal foi descoberto após a Celesc contatar a Polícia Civil e fornecer alguns endereços em que havia suspeita de instalações ilegais de registros.

De acordo com o delegado titular da DFR, Leandro Mioto, com um levantamento prévio, os policiais civis realizaram diligência a uma das casas apontadas pela empresa nesta quinta-feira (21). Técnicos da distribuidora de energia acompanharam a operação.

“Sempre estamos investigando essas questões de furto de energia. Descobrimos que alguns medidores exclusivos da empresa estavam sendo instalados em locais que não seriam de competência da Celesc, ou seja, aqueles medidores não poderiam estar ali”, afirma Mioto.

O medidor que desencadeou toda a ação da Divisão de Furtos e Roubos estava na área interna de uma residência, que tinha outras duas casas nos fundos, onde a Celesc não realiza instalações.

Os policiais civis trouxeram o dono e um locatário da residência para prestar esclarecimentos na delegacia. O inquilino disse que um homem com uniforme da empresa forneceu o equipamento por R$ 150.

“Quando nós verificamos o número de série do medidor, ele estava cadastrado dentro do almoxarifado da Celesc, ou seja, alguém com acesso a esse almoxarifado retirou esse medidor e não deu baixa no estoque. É um universo muito grande de equipamentos para ter o controle de um desvio de um número ínfimo de medidores”, destaca o delegado.

Funcionário é flagrado

Durante o depoimento feito pelo delegado, o inquilino afirmou que não agiu de má fé ao adquirir o aparelho, que tem a logomarca da empresa, pois não sabia da procedência delituosa do medidor.

Ele fez uma descrição do funcionário que ofereceu o equipamento e, através do relato, o trabalhador que estava realizando os desvios diretamente do almoxarifado da Celesc foi localizado.

Três medidores foram recolhidos pelos policiais civis durante a ação | Foto: Fábio Junkes/OCP News

“O funcionário foi até a residência do inquilino por causa de uma outra questão comercial e, ao verificar a instalação elétrica da casa, ofereceu o medidor seminovo por um valor abaixo do mercado, mas nada incompatível com a realidade. Entretanto, o inquilino não sabia da má fé desse funcionário da Celesc, nem da procedência”, descreve.

Os policiais civis identificaram o colaborador, que tinha um medidor desmontado no seu carro e outro guardado em sua residência.

Questionado sobre a posse dos aparelhos, afirmou que devolveria os dois que estavam com ele e que emprestou o que estava na residência, mas que esqueceu de buscar. Porém, a explicação não convenceu Mioto.

O delegado afirma que o investigado poderá ser processado por peculato, crime realizado por servidor público no exercício da função, pois tinha livre acesso ao almoxarifado da distribuidora de energia.

Ele pede que possíveis vítimas entrem em contato com a Central de Atendimento da Celesc através do número 0800-48-0196.

 

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