A Polícia Civil busca prender Jandraine Samanta Pinto Balbinotto, 18 anos, apontada como comparsa em furtos planejados por Edson Domingos Gariani, 58 anos, conhecido no meio policial como o “Chaveiro Ladrão”. Edson foi preso em junho, em Curitiba, com cooperação da Polícia Civil do Paraná . A investigação foi realizada pela Setor de Investigação Criminal (SIC) da Delegacia de Guaramirim, após um furto realizado na cidade no dia 9 de maio deste ano.
De acordo com o delegado Wanderson Alves Joana, que exerce a chefia da delegacia durante as férias do delegado Augusto Melo Brandão, o casal foi identificado através de uma das câmeras de monitoramento da Polícia Militar. “Através das imagens, nós verificamos que eles utilizavam um Renault Sandero de cor vermelha. O veículo tinha um anúncio de venda. A partir disso, nós procuramos por um anúncio no OLX e conseguimos identificar o provável autor do crime”, explica.
Edson já possui ficha criminal por outros furtos cometidos no Paraná, inclusive com reportagens de prisões datadas em 2012. Durante a investigação, a Polícia Civil descobriu que ele havia cometido pelo menos outros cinco furtos nas cidades de Joaçaba, Joinville, em Santa Catarina, e Franca, cidade localizada no interior de São Paulo. Haviam outros três mandados de prisão contra o ladrão, um deles emitido pela Justiça do Paraná em Francisco Beltrão. As informações obtidas pelos investigadores de Guaramirim foram compartilhadas com as polícias dos municípios por onde a dupla atuou.
Além do título de “Chaveiro Ladrão”, a Polícia Civil do Paraná aponta Edson como o maior ladrão de apartamentos daquele Estado. A dupla atuava de forma nômade, atuando por pouco tempo em cada cidade, o que dificultava a identificação e a captura da dupla. “Eu acredito que ele seja um dos maiores ladrões de apartamentos da história do país, porque identificamos que ele agiu em Franca, a cerca de 1.000 quilômetro daqui”, conta o delegado. “A fama dele é por causa da habilidade em arrombar os apartamentos. Ele utiliza um aparelho eletrônico que funciona como uma chave genérica nas fechaduras das portas. Era dessa maneira que ele tinha acesso aos imóveis”, destaca o delegado.
A dupla é especializada na prática de furtos em apartamentos, ou seja, nunca agia de forma violenta. Os dois eram metódicos nas atuações, não tinham o perfil do ladrão comum. Eles se portavam de forma distinta, educada e dissimulada. Além disso, faziam questão de se vestir bem. Dessa maneira, eles fingiam ser visitas ou parentes de algum dos moradores do prédio, passando desapercebidos pelos condôminos que por acaso cruzavam, tudo sem levantar nenhuma suspeita. O delegado ressalta que os dois faziam do crime uma profissão e viviam do lucro obtido com a venda dos objetos furtados.
Edson era o cérebro por trás do planejamento dos furtos, mas Jandraine é apontada como co-autora dos furtos, ajudando Edson de forma direta nos crimes. Wanderson acredita que o casal possa ter atuado em outras cidades da região. Por isso, ele divulgou para a imprensa a identidade da dupla, com o objetivo de identificar outros delitos cometidos e obter informações sobre o paradeiro da foragida. O inquérito do furto qualificado, o que gerou o mandado de prisão e apreensão, já foi finalizado e foi remetido para o Ministério Público de Santa Catarina.
Produtos foram recuperados durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Curitiba | Foto: Reprodução Ricardo Rabutzke/Rádio Jaraguá
Edson está no Complexo Penitenciário de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, cidade onde eram baseados. Jandraine tem mandado de prisão expedido pela Justiça. Ela é natural de Catanduvas, no Meio-oeste de Santa Catarina. A Polícia Civil suspeita que ela possa estar escondida na casa de parentes que vivem na região, geralmente o último recurso de quem está sendo procurada pela polícia. Informações que levem à prisão da foragida podem ser repassadas através dos números 190 (Polícia Militar) e 181 (Polícia Civil).
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, foram encontrados diversos eletrônicos, como notebooks, televisores e celulares, além de relógios e uma arma registrada levada em uma das ações. Os objetos foram devolvidos aos respectivos donos.
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