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Polícia Civil do RJ vai indiciar rapper Oruam por ligação com o CV

Foto: Divulgação/Mainstreet Records

Por: Ewaldo Willerding Neto

22/07/2025 - 10:07 - Atualizada em: 22/07/2025 - 10:15

O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, será indiciado por associação ao Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do país. A informação foi confirmada nesta terça (22) pelo secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi.

A decisão de indiciá-lo – filho de um dos chefes do CV, Marcinho VP – ocorreu um dia depois do rapper e amigos impedirem o cumprimento de um mandado de busca e apreensão de um menor em uma comunidade da capital fluminense.

“Se havia alguma dúvida de que o Oruam seria um artista periférico ou um marginal da pior espécie, hoje nós temos certeza de que se trata de um criminoso faccionado, ligado ao Comando Vermelho, facção que o pai dele, o Marcinho VP, controla a distância de fora do estado, mesmo estando preso em presídio federal”, disse Curi em entrevista à TV Globo.

De acordo com o delegado, Oruam responderá pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato, após interferir na ação de policiais durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

“Ele está sendo indiciado, no dia de hoje, por associação para o tráfico de drogas, por ligação direta dele com a facção criminosa Comando Vermelho. Após esse evento, ele fugiu e se escondeu no Complexo da Penha. Gravou um vídeo que é uma confissão. Trata-se de um marginal faccionado ligado à facção Comando Vermelho. E desafiando as autoridades de segurança pública a irem até lá para fazer a captura dele”, completou.

A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) havia recebido a informação de que um adolescente foragido, conhecido como “Menor Piu”, estaria escondido na residência de Oruam. O menor, de 17 anos, é apontado como um dos maiores ladrões de veículos do Rio de Janeiro e atua como segurança de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, chefe do Comando Vermelho no Rio de Janeiro e considerado o “dono” do Complexo da Penha.

“Havia um mandado de busca e apreensão contra o Menor Piu por vários crimes. Como já era quase madrugada, obviamente nós não poderíamos entrar na residência dele. Ficamos ali esperando a movimentação. Ele saiu da casa e, já em via pública, foi feita a abordagem”, relatou o delegado.

Durante a ação, o rapper reagiu nas redes sociais e afirmou que “quem tiver de moto brota no Joá. Me ajuda, eles estão aqui na minha porta” O post rapidamente repercutiu e atraiu aliados ao local, o que aumentou ainda mais a tensão da operação.

Enquanto os policiais colocavam o menor em uma viatura descaracterizada, o cantor passou a hostilizar os agentes. Aliados de Oruam, que estavam nos jardins da casa, jogaram pedras contra os policiais, ferindo um dos agentes. No tumulto, o menor apreendido conseguiu escapar.

Marcinho VP, pai de Oruam, cumpre pena por assassinato, tráfico e formação de quadrilha. Já foi apontado pelo Ministério Público como um dos principais líderes do CV. O rapper, inclusive, possui tatuagens em homenagem ao pai e a Elias Maluco, outro traficante condenado, conhecido pelo assassinato brutal do jornalista Tim Lopes.

* Com informações da Gazeta do Povo.

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.